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O que a economia pode lhe ensinar sobre felicidade

Especialista em mercado de capitais, Dato Netto assumiu como missão ajudar investidores, pessoas físicas e institucionais, a tomar as melhores decisões

Por Dato Netto
Atualizado em 7 dez 2018, 18h53 - Publicado em 7 dez 2018, 06h00

NEM TÃO RACIONAL ASSIM > As ideias de Richard H. Thaler, que ganhou o Prêmio Nobel de Economia em 2017, fazem parte do meu trabalho no mercado financeiro. O estudioso, nascido em Nova Jersey (EUA), foi um dos primeiros a unir economia e psicologia. Ele diz que os seres humanos não são sempre racionais e que suas escolhas se baseiam em questões subjetivas e culturais.

MAU COMPORTAMENTO > A obra de Thaler de que eu mais gosto chama-se Misbehaving (ou mau comportamento, em uma tradução livre). As nossas escolhas nas relações de consumo têm ligação direta com a busca pela felicidade. Uma pessoa racional não compraria uma porção maior para o jantar da terça-feira porque estava com fome no domingo durante as compras. Mas nós fazemos isso.

TENTAÇÕES DE CURTO PRAZO > Sabemos que a irracionalidade está mais presente do que gostaríamos. As tentações de curto prazo dificultam a compreensão do bem-estar futuro. E esse impasse existe porque há uma tensão interna em cada um: entre o planejador, que pensa no longo prazo, e a parte que deseja benefícios imediatos. Uma confusão estrutural entre felicidade e euforia!

SEGURO CONTRA DECISÕES PRECIPITADAS > Para driblar esse dilema, Thaler propõe que criemos regras que limitem as ações imediatistas, eliminando gastos a curto prazo. O economista também diz que as pessoas são mais propensas a correr riscos a longo prazo. Assim, querem investimentos de baixo risco no presente, mas ficam tentadas a assumir riscos maiores com possibilidade de ganho no futuro.

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ROLLS-ROYCE NÃO TRAZ FELICIDADE > Em seu livro A Fórmula da Felicidade, o egípcio Mo Gawdat narra sua busca pela felicidade. Ele era um engenheiro bem-sucedido do Google e havia acumulado muito dinheiro, mas se sentia infeliz e tentava preencher esse buraco com compras. Quando morava em Dubai, encomendou dois carros Rolls-Royce pela internet. Simples assim. Escolheu os modelos e passou o cartão. Mas, quando chegaram, sentia-se ainda mais triste.

TUDO DEPENDE DA QUALIDADE DOS PENSAMENTOS > É preciso ressaltar que a busca de Gawdat envolveu muitas variáveis e até a perda de um filho, mas no fim ele chegou à conclusão de que a felicidade passa pelo controle dos próprios pensamentos. Você não vai se sentir mais feliz com uma compra, com uma escolha irracional. Essa sensação vem de dentro de você.

VINGANÇA E UM MUNDO RASO > Adicionando uma pitada de Lacan, o ser humano costuma desviar o foco de si para o outro, sentindo-se violado, machucado pela conquista do outro. Nasce aí o desejo de vingança. Parafraseando Thomas L. Friedman, do The New York Times, o mundo ficou raso. Tudo se conecta, literalmente, mas poucos realmente olham para o que importa.

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UM CAMINHO POSSÍVEL > Se há fórmula da felicidade, eu não sei. Mas, traçando um paralelo entre os estudos de Thaler e de Gawdat, adicionando uma pitada de Lacan e Friedman, podemos chegar à conclusão de que o caminho passa pelo esforço e pelo controle. Tudo é uma busca constante para alcançarmos as melhores escolhas. Acredite, a felicidade está, e continuará, dentro de cada um de nós!

(Arquivo Pessoal / Reprodução/Veja SP)

Dato Netto é especialista em mercado de capitais pela DePaul University, em Chicago, com mais de quinze anos de experiência, e sócio-fundador da casa de análises independentes Eleven Financial Research. Assumiu como missão ajudar investidores, pessoas físicas e institucionais, a tomar as melhores decisões

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