Afeito a trabalhos perturbadores,
como “A Professora de Piano” e “Caché”, o diretor
austríaco Michael Haneke envolve aqui a plateia
com mais um drama instigante. Não é de fácil
assimilação nem de resolução para contentamento
geral, porém, a trama ambientada num vilarejo
alemão às vésperas da I Guerra. Isso não significa,
contudo, perda de qualidade. Afiadíssimo para
compor uma história complexa e de fundo misterioso,
Haneke pode até exagerar no número de
personagens, mas, acredite, todos têm papéis fundamentais
no enredo. Entre eles, está um professor
de 31 anos (Christian Friedel), que serve também
de narrador e é apaixonado por uma babá (Leonie
Benesch). Há também uma família de fazendeiros,
outra de lavradores, um pastor bastante rígido na
educação dos filhos… Haneke, que levou a Palma
de Ouro no Festival de
Cannes e o Globo de Ouro
de melhor filme estrangeiro,
perdeu o Oscar
para o argentino O
Segredo dos Seus Olhos.
Também ficou a ver navios
Christian Berger,
responsável pela belíssima
fotografia em preto-e-branco. Estreou em
12/02/2010.