Duelo de gigantes: Vai-Vai e Mocidade Alegre entram na briga pelo título em segundo dia de desfiles
Bicho-papão do Carnaval nos últimos anos, a tricampeã Mocidade Alegre entrou na avenida na madrugada deste sábado (15) em busca da própria superação. Trocou os enredos lúdicos, que a consagraram, por um desfile biográfico. + Saiba o que rolou de bom e ruim na primeira noite de desfiles no Anhembi A homenagem à atriz Marília Pêra […]
Bicho-papão do Carnaval nos últimos anos, a tricampeã Mocidade Alegre entrou na avenida na madrugada deste sábado (15) em busca da própria superação. Trocou os enredos lúdicos, que a consagraram, por um desfile biográfico.
+ Saiba o que rolou de bom e ruim na primeira noite de desfiles no Anhembi
A homenagem à atriz Marília Pêra comprovou que a agremiação do bairro do Limão, de fato, entende do riscado no Sambódromo. Fantasias de extremo bom gosto, alas coreografadas e a troca de figurino da rainha Aline Oliveira, em pleno desfile, fizeram a passagem da escola ser um espetáculo do começo ao fim.
No caminho da Mocidade rumo ao tetra, no entanto, há uma Vai-Vai vibrante. O enredo sobre Elis Regina é o trunfo da escola do Bixiga para retomar seu lugar no pódio. Em 2014, a agremiação ficou apenas com o nono lugar.
Embalada por um samba-enredo de fácil memorização, que cita várias músicas da cantora, a Vai-Vai desfilou com alegria e teve o Anhembi ao seu lado durante toda apresentação. A participação da cantora Maria Rita, filha de Elis, na comissão de frente foi um dos pontos altos da apresentação. A verdade é que, independentemente do resultado da apuração desta terça (17), é da Vai-Vai o título de desfile inesquecível.
A segunda noite no sambódromo ainda reservou boas surpresas, como a Império de Casa Verde e Gaviões da Fiel. Com o enredo sobre sonhadores do mundo, a primeira conseguiu encantar misturando em um só desfile personagens diferentes como o Buzz, do filme Toy Story, e personalidades como Bob Marley, Mandela e Einstein.
Ao mesmo tempo em que esbanjou capricho nas alegorias e fantasias, também se esforçou em mostrar um bom trabalho em harmonia e evolução. E a bateria de Mestre Zoinho, mais uma vez, mostrou que faz a diferença no Carnaval.
A Gaviões da Fiel também se revelou mais madura neste ano. Conseguiu escapar do preto, branco e prata que dominam seus desfiles, e fez uma apresentação colorida e mais atraente ao público que não é torcedor do Corinthians. Ponto para o carnavalesco Zilkson Reis, que soube explorar o enredo sobre jogo de cartas, com referências ao tarô, ao baralho cigano e às profecias do Illuminati. No final, a escola com 3 500 componentes e beldades como Sabrina Sato e Thaila Ayala precisou acelerar para não estourar o tempo.
A Acadêmicos do Tatuapé, por sua vez, não teve a mesma sorte e ultrapassou em um minuto o tempo limite. A agremiação da Zona Leste apresentou um enredo sobre o ouro e pode ser penalizada pela falha. A Unidos de Vila Maria, campeã do Grupo de Acesso de 2014, também apostou em um enredo sobre pedras preciosas: o diamante. Fez uma bela apresentação, com destaque para a comissão de frente e a bateria de Mestre Moleza. No entanto, teve falhas em evolução, e deixou espaço gigantes na avenida, que podem custar pontos preciosos na apuração.
O encerramento do desfile ficou por conta da X-9 Paulistana que, após desfilar sob uma tempestade em 2014, pediu chuva e levou até o volume morto da Cantareira pra avenida. O enredo é do carnavalesco André Machado, que estreia neste ano na escola da Zona Norte. O desfile da escola, que tem Gracyanne Barbosa como rainha de bateria, foi correto, mas com pouco fôlego para brigar pela ponta.
Agora é controlar a ansiedade e domar os nervos até terça-feira (17), às 15h, quando os envelopes dos jurados serão abertos e revelarão a campeã do Carnaval de 2015. De certo até o momento, é que a cada ano as escolas vão para o sambódromo dispostas a errar menos e a fazer espetáculo.