Certificação NFT impacta a comercialização digital de arte e música
A sigla permite que obras digitais tenham um selo comprobatório próprio e promete inovar no meio
Se o mundo digital não é sua praia, tudo bem, vamos explicar uma novidade sem complicar muito. Quando você vai a um cartório reconhecer firma, o que faz é dizer que aquela assinatura é sua e de mais ninguém. Assim, consegue emitir selos que autentiquem sua participação em um contrato, por exemplo. Na internet, há algo semelhante com o NFT. Mas o que é isso? Primeiro, é uma sigla que, em português, significa token não fungível.
Entendeu? Não? Então melhor dizer que isso aí é um código virtual que serve como garantia de que um item é único e legítimo. Mas o que se faz com isso? Essa tecnologia permite que obras de arte digital tenham um selo comprobatório próprio e em seu ambiente nativo. É o caso do painel My Life, que está em processo de produção e traz 999 fotos feitas por Claudio Edinger.
A “prova” de que não é uma montagem qualquer feita por um anônimo é o registro via NFT. Além disso, há a possibilidade de ser colecionador sem ter um espaço físico. Em São Paulo, por exemplo, a Nós Galeria, do Centro, já lançou obras em NFT.
Na música, o uso tem a ver com a sustentabilidade de bandas. Por meio do NFT, conseguem comercializar um álbum com maior porcentual de lucro do que ocorre no streaming. Um dos nomes que devem se aventurar nesse campo é o cantor Jorge Vercillo, que conta com a ajuda de Taynaah Reis, CEO da All Be Tuned, que auxilia artistas brasileiros interessados nesse terreno virtual. Ela já até tem um case, vendeu 100 certificações de um single próprio. O valor foi de 1 694 reais, cada uma.
Por último, uma ressalva, para fazer a compra desse código é preciso adquirir criptomoedas, a mais usada nesse caso é o ethereum, que, a depender do dia, tem cotação variada para real, dólar ou euro. “A regulamentação de criptomoedas ainda está engatinhando, mas é possível investir sem cair em ciladas”, diz Taynaah. Para Vercillo é uma tendência: “O NFT é um modelo que vai inovar o mundo da música e da arte em geral”, afirma o músico.
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Publicado em VEJA São Paulo de 30 de junho de 2021, edição nº 2744