Arte ao Redor | VEJA SÃO PAULO

A artista paulista Marcia de Moraes apresenta dez desenhos na mostra individual Matriz, em cartaz na Galeria Leme. Os trabalhos, que têm até 1,7 metro de altura e de largura, foram colocados no espaço expositivo formando uma espécie de corredor, cortado, durante o dia, pela luz que entra pelo teto.

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Considerando a exposição que Marcia fez em 2021 no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), chamada A Terceira e realizada entre os meses de agosto e outubro, há uma mudança essencial na produção da artista. Ela reduziu, podemos dizer, seu foco de visão.

Antes, é como se criasse a seu modo uma floresta. Agora, concentra-se numa imagem, uma espécie de miolo de uma rosa, como evidenciado em Água Viva. A partir desse “miolomatriz”, Marcia desenvolveu então as outras composições, que, apesar da origem comum, são bastante distintas, vide O Ego Azul (acima) e O Beijo da Mulher Aranha (abaixo).

tela — “O Ego Azul”, de Marcia Moraes (2022) (Filipe Berndt/Reprodução)

O que se sente com essa escolha é que os trabalhos ficaram mais viscerais, intensos. Muitas vezes, os veios, que podem ser pensados como rios, parecem jorros de cores que se entrelaçam. Outro ponto interessante é pensar como Marcia se apropriou da ideia de colagem em seu desenho.

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Em trabalhos como o antigo Realismo Fantástico (2018), ela, de fato, sobrepunha materiais. Agora não, ela sobrepõe formas e consegue efeito semelhante, utilizando também o vazio e o traço.

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Galeria Leme. Avenida Valdemar Ferreira, 130, Butantã, ☎ 3093-8184. Ter. a sex.: 10h/19h. Sáb.: 10h/17h. Grátis. Até 14 de maio. galerialeme.com. ♿

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