Três últimas chances para provar os pratos do Oryza
O Oryza nasceu como um proposta interessante: dedicar parte de seu cardápio a receitas especializadas em arroz. Aberto em abril do ano passado, o restaurante não cativou o público, embora o paulistano seja fã desse grão. + Confira a crítica sobre o restaurante Limitações provocadas por um movimento cada vez menor levaram a dupla de […]
O Oryza nasceu como um proposta interessante: dedicar parte de seu cardápio a receitas especializadas em arroz. Aberto em abril do ano passado, o restaurante não cativou o público, embora o paulistano seja fã desse grão.
+ Confira a crítica sobre o restaurante
Limitações provocadas por um movimento cada vez menor levaram a dupla de chefs e proprietários Daniela Amendola e Márcio Silva a por um ponto final no negócio, que abria somente duas vezes por semana nos últimos tempos. Silva me contou que o Oryza serve a última refeição na sexta da semana que vem, dia 28. É hoje, amanhã e na próxima sexta.
“Estou arrasado, mas não havia o que fazer”, diz. “Infelizmente, como diz o chef Jacquin, pouca gente vem a Higienópolis, um bairro de moradia e não de diversão.”
No papo que tive com ele, o cozinheiro conta seus próximos passos. Ele parte para uma temporada na Espanha, onde estagiará no Mugaritz, de Andoni Luis Aduriz, localizado na pequena cidade de Rentería, no País Basco. A escolha desse restaurante não foi por acaso. O Mugaritz é considerado o terceiro melhor do mundo pela revista inglesa “Restaurant” e tem duas estrelas no “Guia Michelin”.
Confira a entrevista com Márcio Silva:
O que fará assim que fechar o restaurante no dia 28?
Começo no Mugaritz agora no início de outubro e fico até o encerramento da temporada, no Natal. Serão praticamente três meses, mas talvez permaneça mais um tempo por lá no ano que vem. Também penso em seguir para Nova York por algumas semanas para ficar no Chef’s Table at Brooklyn Fare, do chef César Ramirez, com quem trabalhei no Bouley [também em Nova York] e hoje é um grande amigo.
Por que escolheu estagiar no Mugaritz?
Poderia ir para qualquer restaurante no mundo, mas neste momento escolhi o Mugaritz porque me identifico muito com sua filosofia sobre produto, terroir, regionalidade, experiência gastronômica e seriedade no trabalho. Tenho vários amigos que estiveram lá e sempre me incentivaram a passar uma temporada nesse restaurante. Na verdade, tudo começou com um cliente que mora na Espanha e frequentava muito o Oryza quando vinha ao Brasil. Ele se identificou muito com o que faço e falou de mim para o Andoni. Um dia, recebi um telefonema perguntando quando eu queria ir para lá. Fiquei sem fala e, quando consegui dizer algo, respondi: “já”!
O que fará quando voltar a São Paulo?
Tenho feito vários jantares e almoços nas casas de pessoas, principalmente clientes do restaurante que gostam do nosso trabalho e nos levam para cozinhar na casa deles. Já fiz almoço de negócios para gente que queria muita privacidade e comida boa, além de jantares de aniversário e festas. Costumamos servir de dez a sessenta pessoas nesses eventos. Por isso, montamos cardápios variados, não só o menu do Oryza. Ou seja, sou mais ou menos um private chef/personal chef. Isso é bem legal porque me dá liberdade para fazer muita coisa fora de um cardápio comercial e, assim, mostro mais o meu DNA, minha personalidade nos pratos. Tem dado muito certo. Mas no ano que vem eu gostaria de voltar para um restaurante. Eu amo a adrenalina do dia a dia.
Nesse intervalo, o que fará sua sócia?
A Daniela continuará ligada à marca Oryza, mas volta a trabalhar com mercado financeiro por enquanto.