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Blog do Lorençato

Por Arnaldo Lorençato Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O editor-executivo Arnaldo Lorençato é crítico de restaurantes há mais de 30 anos. De 1992 para cá, fez mais de 16 000 avaliações. Também comanda o Cozinha do Lorençato, um programa de entrevistas e receitas no YouTube. O jornalista é professor-doutor e leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Izakaya Taka Daru tem data para ser inaugurado

A onda dos izakayas parece ter chegado para ficar em São Paulo. O mais novo bar japonês a ser aberto na cidade é o Taka Daru, resultado de uma associação do empresário Edrey Momo, do premiado Tasca da Esquina e do Taberna da Esquina, com o chef Takaaki Yasumoto, dono também do Yakitori, casa de […]

Por Arnaldo Lorençato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 26 fev 2017, 13h11 - Publicado em 14 fev 2016, 11h53
Taka: em uma esquina da Rua Costa Carvalho, em Pinheiros (Arquitetura: )

Taka Daru: em uma esquina da Rua Costa Carvalho, em Pinheiros (Arquitetura: Hebert Holdefer)

A onda dos izakayas parece ter chegado para ficar em São Paulo. O mais novo bar japonês a ser aberto na cidade é o Taka Daru, resultado de uma associação do empresário Edrey Momo, do premiado Tasca da Esquina e do Taberna da Esquina, com o chef Takaaki Yasumoto, dono também do Yakitori, casa de espetinhos típicos em Moema. Momo me apresentou o projeto pela primeira vez em junho do ano passado, justamente quando foi para Tóquio pesquisar o funcionamento desse tipo de estabelecimento. Aliás, sobre os quais tem-se escrito e dito muita coisa sem sentido, bobagem mesmo. Na origem,  a loja de saquê ou sakaya ganhou o prefixo “i”  e virou botequim com petiscos.

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O surgimento desse tipo de estabelecimento foi em Edo, antigo nome da atual capital do Japão. No princípio, esses botequins eram conhecidos como tavernas japonesas. Se originalmente começaram apenas como negócios pequenos e tocados por famílias, hoje eles têm variações que vão dos pés-sujos a lugares bacanudos. Alguns, pertencem inclusive a cadeias de restaurantes e outros são redes com unidades em outros países. Portanto, essa visão romantizada de ser apenas um negócio familiar é coisa do passado, já que pelo menos 1/4 desses estabelecimentos segue outro modelo de administração. Para um mergulho no assunto, vale ler Izakaya, por dentro dos botecos japoneses (Melhoramentos, 2014, 87 reais), de Jo Takahashi.

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Espetinhos típicos: atração do cardápio (Fotos: divulgação)

Espetinhos típicos: atração do cardápio (Foto: Claudia Basseto)

Visitei vários desses botecos em Tóquio, em especial aqueles que ficam embaixo de viadutos na região de Guinza, como na foto abaixo, que peguei emprestada de Jun Ikeidon. Tomei  saquê e cerveja, as bebidas oficiais, mas havia shouchu, uísque e até vinho, introduzido mais recentemente. Na hora de comer, provei frango em muitas variações: asa, pele, miúdos… Mas, cada visita a um desses endereços populares significa correr para a lavanderia no dia seguinte. Como não existe um sistema de exaustão decente em muitos deles, toda a galera que passa por lá depois do expediente fica com cheiro de defumado. Senti na pele e nas roupas o que isso significa.  O que não me impediu querer repetir a experiência, muito boa. Hoje, os izakayas, as japanese tavern do passado, são chamado em inglês de pub e até (argh!) gastropubs.

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Na nova casa de Momo e Yasumoto, que tem ainda três investidores , a simplicidade foi deixada de lado como se pode perceber na imagem do projeto que abre esse post. Trata-se de um imóvel de esquina de visual descolado. A árvore que já existia na entrada dá um toque mais agradável. Para seguir a tradição oriental, não há sushis no cardápio. Como já acontece no Yakitori, os espetinhos estarão em primeiro plano. De frango, servirá coração, moela e sobrecoxa no tarê, o molho adocicado de shoyu. A oferta na grelha incluirá ainda frutos do mar. Os beliscos se estenderão às ostras empanadas. Haverá também alguns pratos como o soborodon (arroz coberto por carne moída de frango e ovo de codorna) e macarrões ou rámens, como o substancioso tchampon, mistura de porco e macarrão de trigo no caldo de frutos do mar.

Tóquio: izakayas embaixo de viadutos (Foto: Jun Ikeidon/Reprodução Flickr)

Tóquio: izakayas embaixo de viadutos (Foto: Jun Ikeidon/Reprodução Flickr)

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Um detalhe importante: em izakayas do outro lado planeta não tem coxinha como em Sampa. Não falta, porém, acepipes de inspiração coreana. O motivo é simples. Há alguns anos os japoneses, em especial as japonesas, descobriram as telenovelas da Coreia do Sul. Os fãs dos astros pops da TV sul-coreana abriram espaço para a culinária do país vizinho. As mulheres foram adiante. Embora sejam muito magrinhas, as japs passaram tomar chá com pimenta, que seria o segredo da silhueta tão esguia das coreanas. Por isso, não raro se encontra um petisco carregado de pimenta nesses botequins. O Taka Daru terá o buta kimuchi (maneira dos japoneses dizerem kimchi). É pancetta com a famosa acelga apimentada.

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Momo conta que a previsão de abertura é 15 de março e que o investimento total chegou a  1 milhão de reais, que inclui a reforma do imóvel em setembro, aliás duas casas que foram remodeladas como se vê na foto do slide show abaixo. “Usaremos apenas o térreo. Obviamente ‘tropicalizamos’ um pouco o ambiente sem descaracterizar o conceito. Visitei izakayas grandes lá [Tóquio] como o Gonpachi, que não perdem o charme nem a característica de local bom pra petiscar e beber”, acredita o restaurateur. “Nossa ideia é ter um lugar para tomar um saquê ou cerveja de garrafa com comida autêntica sem precisar ir até a Liberdade.” O Taka Daru fica na Rua Costa Carvalho, 236.

A conferir.

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Conheça o cardápio ainda sem preços clique aqui.

Alguns pratos que farão parte do menu:

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Primeiros esboços do projeto:

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Caderno de receitas:
+ Dadinhos de tapioca, do Mocotó
+ Receitas do cozido maní-ocas, do Maní
+ Petit gâteau, do chef Erick Jacquin

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