De Santis deixa o Domenico em menos de seis meses
Como aqueles casamentos que acabam mal depois do fim de uma lua de mel conturbada, a sociedade do chef Rodolfo De Santis com o empresário Domenico Mira, no restaurante Domenico, chegou ao fim. O enlance terminou na sexta passada — menos de seis meses após a inauguração, em novembro de 2012. + Rodolfo De Santis é […]
Como aqueles casamentos que acabam mal depois do fim de uma lua de mel conturbada, a sociedade do chef Rodolfo De Santis com o empresário Domenico Mira, no restaurante Domenico, chegou ao fim. O enlance terminou na sexta passada — menos de seis meses após a inauguração, em novembro de 2012.
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Conversei com os dois. De Santis se mostrou mais reservado sobre o assunto. “Havia muitos mal-entendidos entre nós. Ele [Mira] não gostava do meu estilo de cozinha e não me apoiava. Achava tudo muito moderno, como se não conhecesse meu modo de trabalhar”, queixa-se. “Ele não me deixava livre para fazer o que acho certo. Temos convicções diferentes.” O chef garante que precisou deixar o restaurante, porque não reconhecia mais as receitas que estava fazendo, tamanhas as interferências que havia no cardápio por parte do ex-sócio. “Aquela não era a minha comida”, assegura.
De Santis acertou a sua saída do estabelecimento, no qual tinha 10% de participação. E diz que seu único desejo neste momento é que quer permanecer em São Paulo.
Mira é mais contundente em suas críticas. “Rodolfo saiu porque não tínhamos o mesmo tipo de culinária. Ele segue um andamento mais francês, que eu não gosto. Usa muito creme de leite e manteiga, coisas nada italianas. Então, prefiro minha linha mais clássica”, alfineta. Também reclama da competência de De Santis. “Meu restaurante é muito grande. Embora costume dizer que trabalhou no La Pergola [o restaurante mais sofisticado de Roma, três estrelas máximas no Guia Michelin], ele não tem muita experiência. É seguro que não fez parte da equipe desses restaurantes como disse”, questiona. E prossegue no ataque: “Havia desorganização total, muitos gastos inúteis, desperdício de mercadoria. Ser chef exige sacrifício, dedicação. Ele queria apenas divertir-se, porque é muito jovem. Não tem como assumir uma casa dessa proporção. É um menino de talento, mas precisa aprender muito.”
E já há um substituto para De Santis. O lugar vago foi ocupado por Franco Bonandini, que tem passagens pelo Piselli e pelo Rosmarino.