A premonição não se confirmou e o voo da TAM, que saiu de São Paulo na manhã desta quarta-feira (26), chegou a Brasília. O falatório em torno do voo começou após o vidente Jucelino Nóbrega da Luz ter registrado em cartório que uma aeronave da companhia teria problemas em uma das turbinas e se chocaria com um prédio na Avenida Paulista.
Em sua premonição, Luz viu que o voo JJ3720, saindo de Congonhas com destino à capital federal, cairia nesta quarta de manhã sobre o edifício Bonfiglioli. Por causa de premonição, a TAM chegou a mudar o número do voo para JJ4732.
Após causar medo e ter motivado até o síndico prédio a circular um comunicado informado sobre a “queda” da aeronave, Luz voltou atrás e disse ontem, em entrevista à rádio Jovem Pan, que a tragédia não iria mais acontecer.
A aeronave partiu de São Paulo por volta das 8h30 de hoje. No voo, embarcou o vice-presidente de Operações e Manutenção da TAM, Ruy Amparo, que anunciou aos passageiros sua presença. “Estamos acostumados com esse tipo de histórias. Minha presença aqui mostra que confiamos na manutenção de nossas aeronaves”, afirmou Amparo. “Não tomamos nenhuma preocupação extra, além da mudança do número do voo.” A aeronave utilizada no voo foi um Airbus A319, de 2013, o mais novo da frota da companhia.
De acordo com a companhia, o avião operou com apenas 60% de sua capacidade de lotação. Uma pequena parte, no entanto, era de jornalistas. Havia também uma equipe do humorístico Pânico, da Band.
O trajeto até Brasília foi tranquilo, sem turbulências. O único percalço foi o pequeno atraso provocado pelo tráfego aéreo ainda em São Paulo. O avião, que deveria chegar às 10h12 ao Distrito Federal, só pousou às 10h33.
Por se tratar de um voo de hub, em que alguns passageiros fariam conexões para voar para outros estados, pouca gente passou pela área de desembarque. Alberto Ruiz, de 48 anos, gerente sênior de vendas, afirmou que só tomou conhecimento que aquele era o voo da premonição na sala de embarque.
Disse não ter sentido medo, mas que ficou ressabiado quando um amigo alemão, que embarcaria com ele, ligou avisando que não chegaria a tempo. “Fiquei com a pulga atrás da orelha quando ele me contou que havia esquecido o passaporte em casa e que teria de embarcar no voo seguinte.”
Já a administradora Rose Ferreira, de 53 anos, que estava no portão de desembarque mostrava-se aflita. O marido, que estava em São Luís, no Maranhão, chegaria a Brasília no mesmo horário do voo vindo de São Paulo. “Estava preocupada. Imagina se esse vidente errou de santo e em vez de São Paulo era São Luís”, brincou.