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“Via Imobilidade”: jovem se dedica a divulgar falhas nos trens

Sucesso nas redes sociais, perfil tem nome que faz ironia com a empresa que administra as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda

Por Guilherme Queiroz
Atualizado em 18 ago 2023, 09h56 - Publicado em 18 ago 2023, 06h00
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  • “Uma noite, no início de 2022, o trem da Linha 9-Esmeralda parou em uma estação e começou a dar marcha a ré, por algum problema. O pessoal desceu revoltado, quebrou tudo, quase bateu no maquinista”, diz o analista de sistemas Vitor Gonçalves, 24. Foi o estopim. Desde que se mudou para São Paulo, em 2020, ele usa diariamente o ramal da Marginal Pinheiros operado pela ViaMobilidade. Mas, após o incidente, resolveu soprar o trombone das redes sociais. O jovem criou perfis no Twitter e no Instagram com o sugestivo nome de “Via Imobilidade”, que já reúnem mais de 12 000 seguidores. “Nos dias de caos no viário, chego a receber mais de 100 mensagens de passageiros”, conta.

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    Nascido em Santos, Vitor nunca foi um ativista, mas os problemas frequentes no trajeto para o trabalho — que começa às 6h na Estação Grajaú, na Zona Sul — o levaram a se manifestar. Não sem motivo. Segundo a ViaMobilidade, as linhas 9 e 8-Diamante tiveram 58 falhas no primeiro semestre, contra 85 em 2022. Seis descarrilamentos aconteceram desde o ano passado, quando a empresa assumiu as operações.

    Um dos trunfos dos perfis está no endereço virtual registrado por Vitor. Embora as páginas sejam chamadas “imobilidade”, o arroba é o @viamobilidadebr, como se fosse perfil oficial da empresa (que são o @viamobilidadelinhas8e9 no Instagram e @_Linhas8e9 no Twitter). “Entrei antes deles nas redes”, diz.

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    Vitor dedica boa parte das quase quatro horas diárias no transporte público para alimentar os perfis e responder às interações. Passageiros enviam fotos e vídeos de problemas de lentidão, falhas no ar-condicionado e outros perrengues. No dia 6, junto com a ONG Minha Sampa, ele realizou um ato para “comemorar” 130 dias de instabilidade nas linhas, com direito a bolo e panfletos, na Estação Osasco. “Desde o descarrilamento na Estação Júlio Prestes (em 30 de março), as duas linhas têm velocidade reduzida”, ele diz.

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    “A situação piorou após a concessão”, afirma o promotor Silvio Marques, um dos responsáveis por um termo assinado pela ViaMobilidade no dia 14, no qual a empresa se compromete a pagar 150 milhões em indenização pelos problemas causados. A concessionária também deve investir 636 milhões nos próximos dois anos dentro dos 4 bilhões acordados na concessão até 2025  e promete adquirir dez novos trens e trocar 30 000 metros de trilhos em 2023, além de resolver a questão da velocidade reduzida até o fim de agosto.

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    Publicado em VEJA São Paulo de 23 de agosto de 2023, edição nº 2855

     

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