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Um dia nas filmagens do longa Meu País, em Paulínia

Acompanhamos as filmagens de Meu País, longa com Rodrigo Santoro, Cauã Reymond e Débora Falabella rodado em Paulínia, o novo polo cinematográfico do estado

Por Miguel Barbieri Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 19h01 - Publicado em 28 dez 2009, 12h00
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  • O advogado Marcos (interpretado por Rodrigo Santoro), radicado na Itália, volta a São Paulo para acompanhar os últimos dias de vida de seu pai. Chega à casa dele, no Jardim Europa, bairro nobre paulistano. Trata-se de um casarão no estilo toscano, minuciosamente redecorado pelos produtores do longa-metragem Meu País, trabalho de estreia do diretor André Ristum. As frases acima têm uma imprecisão. Acertou quem disse que a mansão não fica por aqui. Está localizada, na verdade, em Helvetia, condomínio chique de Indaiatuba, cidade a 112 quilômetros da capital. Assim como outros dezoito municípios da região metropolitana de Campinas, Indaiatuba vem se beneficiando do polo cinematográfico que começa a tomar forma vultosa na vizinha Paulínia, carinhosamente chamada de Pauliniwood.

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    Em 2009, a prefeitura contemplou dez filmes com verbas que variaram de 600 000 a 1,5 milhão de reais — ao todo foram desembolsados 9,2 milhões de reais. Um dos que receberam o dinheiro foi a cinebiografia Chico Xavier, de Daniel Filho. Em contrapartida, os produtores dessas fitas são obrigados a rodar no mínimo 40% das cenas em Paulínia e adjacências. “É uma forma de o dinheiro que damos ser empregado em despesas na nossa cidade”, diz o secretário de Cultura, Emerson Alves. As equipes, com cerca de sessenta pessoas cada uma, gastam com hospedagem, transporte, alimentação, locações, aluguel de equipamentos e contratos com figurantes. “Tudo é mais barato, quase não chove e, por ficarmos todos no mesmo hotel, estamos totalmente imersos no trabalho”, conta Caio Gullane, produtor de Meu País.

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    VEJA SÃO PAULO acompanhou o primeiro dia das duas semanas de filmagens em Helvetia. Cauã Reymond, irmão do personagem de Santoro, posiciona-se para a cena inaugural ao lado da atriz italiana Anita Caprioli. Alguns ensaios e dois takes depois, ele faz uma pausa. Hora de comer uma maçã enquanto os equipamentos se deslocam de um cômodo ao outro. Alguma queixa da demora? “Faz parte da profissão. É a mesma coisa que um motorista esperando no trânsito. O farol abre, fecha, abre, fecha…”, compara. Ainda cansado das recentes filmagens na Argentina da produção estrangeira There Be Dragons, Santoro chega logo depois. Terá aqui um desafio: atuar em italiano sem saber nada do idioma de Dante Alighieri. “Estou lendo muito para entender a estrutura da língua. O que ajuda é ter crescido comendo a macarronada do meu pai, que era italiano”, diverte-se o ator. Quando as luzes se acendem, ele deixa as brincadeiras de lado e mantém a concentração. “Tive só duas semanas para sair de um personagem e entrar em outro, mas não podia perder a oportunidade de fazer algo mais intimista.”

    Às 6 da tarde, o almoço é servido. Astros e estrelas dividem a mesa com anônimos em um salão improvisado. No cardápio, frango ao curry, contrafilé grelhado e musse de chocolate. “Fizemos também uma massa integral, porque a galera natureba gosta”, diz Edgar Queiroz Nascimento, chef responsável pela alimentação, que prepara cerca de setenta refeições diárias ao lado de oito cozinheiras recrutadas em Paulínia.

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    “Grava vídeo, ensaiooo!!”, berra a plenos pulmões uma assistente. O silêncio está no ar. Ristum acompanha a sequência de um pequeno monitor e dá instruções em voz baixa. Só de roupão, Reymond vai entrar na sala de jantar onde seus familiares se encontram. “Posso ficar de meia?”, pergunta ele. É um take rapidíssimo que não deve durar nem sequer um minuto. Após três ensaios, na tomada definitiva, Reymond aparece apenas de sunga. Estufa o esculpido peitoral e pede para não ser fotografado assim. O rapaz quer manter a surpresa para a estreia de Meu País, que,

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    depois das filmagens programadas em Roma, em janeiro, passará por montagem e finalização, devendo chegar às telas no segundo semestre de 2010.

    CURIOSIDADES DE PAULÍNIA

    ■ Tem quatro estúdios de cinema (três deles ficarão prontos em março) e um para produções em vídeo. O maior tem 1 200 metros quadrados e pé-direito de 12 metros.

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    ■ Há profissionais especializados em recrutar elenco de apoio e pesquisar locações nas redondezas. O Menino da Porteira usou 200 figurantes locais.

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    ■ A antiga sede da prefeitura serviu de cenário para a delegacia e para o hospital de Salve Geral.

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    ■ Enterrado em Minas Gerais, Jean Charles de Menezes, morto por engano pela polícia inglesa, foi sepultado numa fazenda da região rural paulista na cinebiografia Jean Charles.

    ■ O flat paulistano da garota de programa Bruna Surfistinha foi trocado por um apartamento de Campinas em O Doce Veneno do Escorpião.

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    ■ A churrascaria onde canta Paulo Miklos na comédia paulistana É Proibido Fumar está localizada no centro de Paulínia.

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