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UcconX é criticado nas redes e acusado de dar ‘calote’ em funcionários

Evento geek que ocorre no Anhembi cancelou participações de atores de última hora e foi notificado pelo Procon

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
29 jul 2022, 15h25

Desde a última quarta-feira (27), ocorre no Centro de Convenções Anhembi a primeira edição da UcconX, evento geek que surgiu para concorrer com a tradicional ComicCon. No dia da inauguração, o pavilhão estava esvaziado, mas nas redes sociais o evento foi um dos assuntos mais comentados dos últimos dias – e não de maneira positiva. Ex-funcionários que trabalharam na produção afirmam que tiveram salários atrasados, pessoas que pretendiam visitar o local cobraram o dinheiro dos ingressos de volta e o Procon de São Paulo se envolveu.

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A UcconX havia anunciado como principais atrações a atriz Millie Bobby Brown, a Eleven da série Stranger Things, e o ator George Takei, de Star Trek. Horas antes do início do evento, veio o balde de água fria para os fãs que haviam comprado ingresso só para ver os artistas: os dois não viriam mais. Inicialmente, a organização informou que os dois haviam contraído Covid-19. Depois, informou que a atriz, na realidade, não viria por motivos profissionais e pelo risco de exposição à Covid. Já Takei informou que seu marido testou positivo para a doença, por isso havia cancelado sua participação.

Em substituição, a feira geek anunciou a vinda do ator Ian Somerhalder, que ficou conhecido pela série The Vampire Diaries. O ator de fato veio: chegou ao Brasil na última quinta-feira (28) e foi direto para o Anhembi. Na chegada, disse à imprensa que não sabia que viajaria até horas antes.

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O Procon-SP notificou, na última quinta (28), a empresa MW Promoções e Eventos, responsável pelo evento, pedindo esclarecimentos sobre o cancelamento da participação dos artistas. O prazo para respostas é até 5 de agosto. No documento, o órgão questiona quantos ingressos foram vendidos e por quais razões o evento com os atores foi cancelado.

Outro problema envolvendo a UcconX foram publicações feitas nas redes sociais por pessoas que trabalharam na produção do evento, que vem desde 2019 e foi adiado por conta da pandemia. Três ex-funcionários ouvidos pela Vejinha alegam que passaram ao menos três meses, entre 2021 e o início de 2022, sem receber salário. Alguns entraram com ações na Justiça para ter direito às verbas que até hoje não foram pagas. No Twitter, várias pessoas contaram que também passaram pelo mesmo.

“Inicialmente, em novembro do ano passado, os sócios falavam que estavam com um problema com um dinheiro de investimento, mas que iriam pagar logo. Depois, isso foi se repetindo nos outros meses e aí nem tinha mais previsão de quando esse dinheiro iria aparecer. Era todo mundo PJ [pessoa jurídica, modalidade de contratação comum para freelancers], mas trabalhavam igual registrado, com horário para entrar, sair, tudo”, contou uma ex-funcionária que não quis se identificar.

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Hugo Melo, que trabalhou como diretor de criação da UcconX de julho de 2021 até janeiro de 2022, conta que o primeiro problema ocorreu em novembro, quando houve um atraso de 10 dias no salário. “Foi uma preocupação, mas pagaram, então tudo certo. Mas aí chegou no começo de dezembro e o salário não entrou. Davam desculpas, falavam ‘até terça-feira, até semana que vem’. E nada”, falou.

Ele conta que, desde outubro, havia indícios de “coisas estranhas” na organização do evento. “Começou uma pressão muito grande para começar a vender ingresso, mas não tinha nada pronto, não tinha atração ainda. A infraestrutura do site ainda não estava pronta, não tinha ninguém fechado. Aí a gente começa a correr contra o tempo para inviabilizar tudo. No dia 16 de novembro, abrimos a pré-venda e, em uma hora, a gente vendeu seis ingressos e teve 11 acessos na página. E os seis ingressos deram problema, tivemos que refazer as vendas. Nas redes, a Uccon anunciou que a pré-venda tinha sido um sucesso e que os ingressos tinham esgotado. Uma mentira”, relata Hugo.

Outra pessoa contou que, em dezembro, não recebeu o salário referente a novembro, mas continuou trabalhando na esperança de que as coisas iriam se resolver. “Mas foi passando o mês inteiro, veio fim de ano, trabalhei, não teve recesso, em janeiro a gente voltou para o escritório. E nada do salário cair, já eram dois meses de atraso. Ali eu vi que não iriam pagar mesmo”, contou o trabalhador, que disse que já processou a empresa e aguarda uma audiência.

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Em janeiro, os sócios fizeram uma reunião revelando que a empresa estava falida, que não havia previsão para o evento nem para o pagamento de salários. A partir dali, os sócios removeram trabalhadores de um grupo de WhatApp e ninguém mais foi trabalhar e, segundo as pessoas ouvidas, não foram pagos os salários de novembro, dezembro e janeiro.

Em fevereiro, a agência de eventos BBL assumiu a UcconX e a partir dali começou a negociar grandes atrações, como Millie Bobby Brown e George Takei, com um grande marketing nas redes sociais. Alguns ex-funcionários relataram que, após a BBL assumir a produção, entraram em contato para tentar fazer um acordo, o que foi intermediado pela nova organização.

Uma pessoa diz que fez um acordo para receber seu dinheiro parcelado, mas após o pagamento da primeira parcela, os contatos cessaram. Agora, busca receber as verbas na Justiça. O evento teve início na quarta e ocorre até este domingo (31). Procurada, a BBL não se manifestou até o momento. A Mw Promoções e Eventos não foi localizada.

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