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Taxas da Sabesp fazem valer a pena pagar por caminhão-pipa

Hotéis contratam serviço para escapar de altas tarifas

Por Fabio Brisolla
Atualizado em 5 dez 2016, 19h26 - Publicado em 18 set 2009, 20h31
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  • Um tráfego inusitado tem movimentado as madrugadas do Itaim e da Vila Olímpia. Para baixarem custos, alguns hotéis e flats da região trocam a água da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) pela de caminhões-pipa. É uma economia e tanto. De acordo com a tabela da Sabesp, um apart-hotel paga 9 reais por 1 000 litros de água (tendo como referência um consumo de 800 000 litros por mês, considerado médio para um edifício com 200 apartamentos). As empresas proprietárias dos caminhões-pipa cobram em torno de 6 reais pelos mesmos 1 000 litros. A vantagem não pára por aí. Os hotéis teriam de pagar ainda uma taxa de esgoto referente a toda a água que passa por suas torneiras (9 reais a cada 1 000 litros). Para isso, precisariam comunicar à Sabesp quanto compram dos caminhões-pipa. O que nem sempre fazem. “Aqui, a água que vem do caminhão-pipa dificilmente é contabilizada”, diz o gerente de um apart-hotel no Itaim. Em tese, se o flat consumir os 800 000 litros de água do caminhão-pipa e não informar nada à Sabesp, economizará cerca de 10 000 reais por mês.

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    Não é ilegal comprar água de quem quer que seja para abastecer um estabelecimento comercial ou uma residência. É, no entanto, uma prática temerária, que dá margem a uma série de irregularidades. A água comprada dessas empresas – usada pelos hotéis tanto para regar o jardim e lavar roupas de cama quanto em torneiras e chuveiros – nem sempre tem sua qualidade atestada. “Além de sonegarem a taxa de esgoto, muitos compradores adquirem água de poços clandestinos”, afirma o economista Gesner Oliveira, presidente da Sabesp. Segundo estimativa da companhia, aproximadamente 100 proprietários de caminhões-pipa atuam na Grande São Paulo, metade deles em situação irregular.

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    “Nós contratamos técnicos para fazer uma análise mensal da água que compramos”, diz Paulo Bertero, diretor da Transamerica Comercial e Serviços. “Recebemos também laudos regulares do nosso fornecedor.” Bertero questiona as tarifas cobradas atualmente pela Sabesp. De acordo com ele, o apart-hotel seria um misto de edifício comercial e residencial, com apartamentos alugados pela empresa hoteleira e outros independentes, administrados pelos próprios proprietários. “Pedimos um desconto referente às unidades não comerciais existentes em cada flat”, conta. A tarifa residencial sai por quase a metade do valor da comercial. Em 2000, a Transamerica Flats entrou na Justiça contra a Sabesp para que esses valores fossem revistos. O processo está em andamento.

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    Algumas redes conseguem fazer um acordo com a Sabesp para reduzir as tarifas. “Tivemos desconto de 31% tanto para a água consumida quanto para a taxa de esgoto”, diz Rui Manuel Oliveira, vice-presidente para a América do Sul da marca Sol Meliá, que tem doze hotéis na cidade e até o mês passado comprava água de caminhões-pipa para onze deles. “Garantimos à Sabesp um consumo mínimo de 10 milhões de litros por mês em todas as nossas unidades.”

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    Fontes e preços diferentes

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    Água da Sabesp

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    Preço: 9 reais a cada 1 000 litros (considerando um consumo médio mensal de 800 000 litros)

    Origem: é retirada de quatro represas (Cantareira, Guarapiranga, Alto Tietê e Rio Claro) e direcionada às estações de tratamento, nas quais passa por filtros e recebe produtos químicos que eliminam as impurezas

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    Água dos caminhões-pipa

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    Preço: 6 reais a cada 1 000 litros

    Origem: é extraída de poços artesianos com profundidades que variam entre 70 e 300 metros. Algumas empresas apresentam laudos técnicos que garantem seu uso em qualquer situação

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    Direto da terra

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    O comércio de caminhões-pipa está sustentado em uma extensa rede de poços artesianos espalhada pela Grande São Paulo. Segundo o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), responsável pela outorga dos poços no estado, são 7 638 em 39 municípios. Na maioria dos casos, esses poços ficam em profundidades que variam de 70 a 100 metros. Uma das principais fornecedoras dos flats do Itaim é a Gota de Cristal, com sede em Diadema, mas que tem poços também em Santo André e no bairro de Santo Amaro. “Nossa água é extraída de profundidades entre 200 e 300 metros”, afirma o diretor da Gota de Cristal, Roberto Gomes. “Os poços são revestidos de aço galvanizado e a água é tão boa quanto a da Sabesp.”

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