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Qualidade da educação estadual tem baixa aprovação, indica pesquisa

Só 14% dos alunos dão nota máxima para o que é ensinado; aprovação automática, infraestrutura e salas lotadas também são críticas

Por Clayton Freitas
Atualizado em 23 Maio 2023, 12h54 - Publicado em 23 Maio 2023, 11h21

Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (23) indicou que os estudantes, familiares de alunos e também professores têm avaliação pouco positiva sobre a qualidade do ensino ofertado nas escolas públicas estaduais. A sondagem constatou ainda que a comunidade escolar considera que as salas de aula têm excesso de alunos, falta motivação e segurança e ainda criticam a aprovação automática. Segundo o levantamento, apenas 14% dos alunos dão nota máxima (9 e 10) à qualidade de ensino, percepção que fica em 19% dos docentes e apenas 11% dos familiares dos alunos (pais ou responsáveis). Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informou que avança para melhorar a qualidade do ensino. (confira abaixo)

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Assim como já revelado em outras sondagens, os pesquisadores ouviram que o ensino à distância praticado durante a pandemia de Covid-19 gerou grandes perdas para o aprendizado e os estudantes voltaram às salas de aulas com mais dificuldade de concentração e menor participação nas aulas. Em todos os cenários o índice daqueles que concordam com essa afirmativa é superior a 92%. A maior parte dos entrevistados diz acreditar que o papel da importância da escola no pós-pandemia é grande. No caso de alunos, é de 62%, resposta que atinge 70% do caso de familiares e tem o seu mais alto grau de percepção positiva entre os professores: 76%.

A sondagem é do Instituto Locomotiva e feita em parceria com o Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo). Denominada “Ouvindo a comunidade escolar: Desafios e demandas da educação pública de São Paulo” ouviu, por telefone e presencialmente, um total de 3 610 pessoas, sendo 1 250 alunos com 14 anos ou mais de idade, 1 250 familiares e 1 110 professores entre os dias 30 de janeiro a 21 de fevereiro deste ano. A margem de erro é de 2,8 pontos percentuais no caso de estudantes e familiares, e de 2,9 pontos percentuais no caso de professores. A rede estadual paulista é formada por cerca de cinco milhões de alunos e 250 000 professores e servidores.

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Numa escada de 0 a 10, onde zero significa ruim e dez muito bom, pode-se perceber que as percepções são diferentes na comunidade escolar, opondo estudantes e familiares e professores. Para os alunos, os maiores problemas da escola estão relacionados ao desinteresse (46% dão nota de 0 a 5), seguido de segurança (38%) e a quantidade excessiva de alunos por sala de aula (29%). Familiares têm uma percepção parecida, com, respectivamente, 41%, 29% e 29% nesses mesmos quesitos. No caso dos professores, 20% dão notas de 0 a 5 para o número de alunos em sala de aula; o grau de interesse dos alunos é citado por 16% e 10% citam a integração entre as disciplinas como problemas no ambiente escolar.

Em março deste ano o Instituto Locomotiva e a Apeoesp já haviam divulgado uma pesquisa a respeito da segurança nas escolas. À época, 69% dos estudantes consideravam haver um nível médio ou alto de violência nas escolas estaduais paulistas. Entre os docentes, esse percentual era de 68%, seguido de 75% entre os familiares.

O que diz o estado

Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informou que atua para melhorar a qualidade do ensino por meio de políticas públicas para o fortalecimento da rede estadual.

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Destaca a criação da Sala do Futuro, uma ferramenta tecnológica que oferece um ambiente de aprendizagem aos alunos e suporte aos docentes.  “Outra novidade é a nova Prova Paulista, que disponibiliza o desempenho dos alunos no dia seguinte à realização da prova. Essa novidade permite que o professor saiba exatamente quais os conteúdos necessários de reforço pedagógico a serem implementados nos meses seguintes. Os docentes também têm à disposição 1,4 mil materiais de aula em formato digital como apoio para uso em sala”, informa o texto da nota.

A pasta afirma inda que todas as iniciativas são discutidas com a comunidade escolar. “O diálogo também está presente com as entidades representativas dos professores. Só nesses primeiros cinco meses, já foram recebidas cinco vezes na secretaria”, diz.

A nota informa ainda que reajustou o piso salarial da categoria em 15% e abriu concurso público para contratar mais 15 mil professores efetivos.

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