Sobe para 36 o número de mortos no Litoral Norte; buscas continuam
Prefeito de São Sebastião relata dificuldade de resgate em bairros como Barra do Sahy, porque estradas estão obstruídas por deslizamentos
Já são 36 pessoas mortas em razão das chuvas que atingem o Litoral Norte, sendo 35 apenas em São Sebastião. O outro óbito foi de uma criança de sete anos, em Ubatuba. Há também 970 pessoas desalojadas e 747 desabrigadas. Mais de 500 pessoas atuam nas buscas nesta segunda-feira (20), entre agentes das forças de segurança, das Forças Armadas, da Polícia Federal, da Prefeitura de Sõo Sebastião e voluntários.
A maior parte das mortes ocorreu na Vila Sahy, que está isolada junto com Juquehy. Os serviços de abastecimento de água e fornecimento de energia elétrica estão comprometidos na cidade.
Em São Sebastião, choveu mais de 600 milímetros desde o último sábado (18), e ainda há pessoas soterradas e locais que o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil não conseguiram acessar por conta dos deslizamentos de terras. Por isso, o número de mortos deve aumentar ao longo dos próximos dias.
O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai sobrevoar a região afetada nesta segunda (20) às 10h, junto ao ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Goes, O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) está em São Sebastião desde o início da tarde, e anunciou a liberação emergencial de 7 milhões de reais para os municípios atingidos.
Os feridos estão sendo levado aos hospitais regionais de Caraguatatuba e de São Jose dos Campos. Uma equipe da Polícia chegou a resgatar uma grávida em trabalho de parto. A mãe a a criança já chegaram ao Hospital Regional do Litoral Norte e passam bem.
“Estrago gigantesco”
Em entrevista à GloboNews, o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, afirmou que a situação no município é “extremamente crítica”, em especial na região sul, nos bairros Barra do Sahy, Barra do Una, Camburi, Juquehy, Maresias, Toque-Toque Grande e Pequeno. Ele informou que, na Barra do Sahy, 50 residências “simplesmente caíram com as forças das águas e neste momento ainda há pessoas soterradas”.
“Ainda não conseguimos dimensionar o tamanho do estrago até porque a prioridade neste momento é salvaguardar as vidas e resgatar aqueles que ainda estão soterrados. O número de desabrigados na região central já está em 28 pessoas que foram acolhidas pelo sistema de amparo social, e na região sul estes números ainda estão comprometidos tendo em vista que não estamos conseguindo ter acesso efetivo a todos os bairros. O estrago é enorme, é gigantesco, a estrada em diversos trechos ela simplesmente desapareceu”, afirmou o prefeito.