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Sindicalista vai ser indiciado por agressões no Instituto Lula

Ele é o terceiro indiciado pela agressão ao administrador de empresas Carlos Alberto Bettoni, que está internado com traumatismo craniano

Por Estadão Conteúdo
12 abr 2018, 10h32

A Polícia Civil vai indiciar nesta sexta-feira (13) o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulo Caires, conhecido como Paulão. Ele é o terceiro indiciado pela agressão, ocorrida na quinta-feira passada (5), em frente ao Instituto Lula, ao administrador de empresas Carlos Alberto Bettoni, de 56 anos, que está internado com traumatismo craniano.

O ex-vereador de Diadema Manoel Eduardo Marinho, o Maninho do PT e seu filho, Leandro Eduardo Marinho, já foram indiciados no caso. Maninho e o filho foram filmados por reportagem da TV Globo empurrando Bettoni várias vezes, até o empresário cair na rua e bater com a cabeça no para-choque de um caminhão, em frente ao Instituto Lula.

Na ocasião, Bettoni discutiu com apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por causa do pedido de prisão do petista. Maninho foi quem deu o último empurrão em Bettoni, antes do choque com o caminhão que passava na rua. “As filmagens falam por si”, disse o delegado responsável pelo caso, Wilson Zampieri. Paulão aparece no vídeo chutando a vítima.

Os indiciados vão responder por lesão corporal dolosa grave, que pode resultar em pena de um a cinco anos de prisão. O delegado afirmou que o caso deve ser concluído nesta sexta, com o depoimento de Paulão. “A dinâmica e os atores nós já temos. Depois do indiciamento, está fechado”, explicou. A previsão da delegacia é de que o inquérito esteja nas mãos da Justiça até a próxima terça-feira (17).

Bettoni saía do podólogo no Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo, mesmo bairro do Instituto Lula. Crítico ao ex-presidente, resolveu passar na porta do prédio, onde quadros do PT se reuniam, e observar a movimentação.

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Lá, ao encontrar um grupo de manifestantes que protestavam contra o ex-presidente, teria xingado políticos como o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), o que provocou reação dos petistas que estavam no local.

A assessoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC não respondeu aos contatos da reportagem – que também tentou ligar para o celular de Maninho. O aparelho permaneceu desligado. Na ocasião do indiciamento, a defesa de Maninho e de seu filho Leandro lamentou o episódio no Instituto Lula e disse ter se tratado de uma “fatalidade”.

Empresário agredido não tem previsão de alta do hospital

Carlos Alberto Bettoni, agredido na quinta-feira passada (5), em frente ao Instituto Lula, na Zona Sul de São Paulo, permanece hospitalizado. Levado ao hospital São Camilo, no Ipiranga, Bettoni foi diagnosticado com traumatismo craniano. Desde então, tem tomado medicamentos – que o deixam meio inconsciente – e recebido acompanhamento de um psiquiatra, que tem feito um trabalho de reconstituição do caso. Três pessoas foram indiciadas pela agressão.

Ele parece lembrar bem do momento da confusão, mas, sem assistir TV, não tem noção das proporções que a história tomou. Um padre também tem passado no quarto para falar com o administrador. Segundo o boletim médico desta quarta-feira (11), Bettoni está na UTI com quadro estável e não tem previsão de alta.

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Com os amigos e familiares, ele não fala muito sobre o caso. Prefere conversar sobre amenidades – piadas têm sido frequentes. A esposa do administrador, Terezinha Quaresma, disse que o marido não lhe contou sobre a hipótese aventada por que estava no local – de que ele xingou o senador Lindbergh Farias e deu início ao tumulto. “Você sabe como é mulher, né? Se tivesse me falado, eu teria perguntado: ‘Nossa, mas por que você fez isso?'”, afirmou ela.

Bettoni, segundo a família, não é fanático por política. Sem preferência partidária, ainda não escolheu um candidato preferido para as eleições deste ano. “Ele é anti-PT, sempre foi. Neste momento, não só ele, mas todo o Brasil, está com essa sede de punição dos políticos. Principalmente quem é empresário e paga imposto. Você vê seu dinheiro indo para o ralo”, diz a esposa. Os dois votaram em Aécio Neves, do PSDB, em 2014. “Para barrar o PT.”

Uma amiga da família, que voltava de Miami no dia da confusão e seria buscada pelo casal no aeroporto, tem ajudado Terezinha a cuidar de Bettoni no hospital. Segundo ela, o administrador lembra de três homens partindo para cima dele naquela noite.

Em uma foto tirada na terça-feira (10) – que a família pediu para não ser divulgada -, o administrador aparece sem camisa e com touca e faixas na cabeça deitado no hospital. Aparenta estar consciente. Com um leve sorriso no rosto, segura uma caixinha de suco de uva, que lhe é entregue todas as manhãs junto com um sanduíche e uma gelatina. Ele só come o pão.

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