Sambódromo teve chuva e enredos sobre negros e indígenas; veja destaques
Sete agremiações desfilaram no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial do Carnaval paulista
O primeiro dia do desfile das escolas de samba do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo, entre sexta (17) e este sábado (18), foi marcado por enredos com homenagens a indígenas e a negros, teve chuvas e vaias ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e ao prefeito da capital Ricardo Nunes (MDB). Os dois políticos chegaram ao Sambódromo por volta das 22h e ouviram vaias e “olê, olê, olê, olá, Lula” de pessoas que estavam nas arquibancadas.
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A Independente Tricolor, que retornou ao Grupo Especial após passar três anos no Grupo de Acesso, abriu a noite de desfiles, com um enredo sobre as Guerras de Troia, com um samba intitulado “Samba no Pé, Lança na Mão, Isso é uma Invasão”. Um dos carros alegóricos era justamente a reprodução do Cavalo de Troia.
A Acadêmicos do Tatuapé veio em seguida, homenageando Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro, sob o nome “Tatuapé canta Paraty. Do caminho do ouro à economia azul. Patrimônio mundial, cultura e biodiversidade. Paraty, cidade criativa da gastronomia”. Carros alegóricos simulavam o mar, a fauna, a flora, os festivais, e os povos originários indígenas da cidade, e a deputada estadual Leci Brandão, madrinha da escola, participou do desfile.
A terceira escola a desfilar foi a Barroca Zona Sul, que contou com a chuva como companheira durante todo o desfile. O enredo foi a história dos Guaicurus, tribo indígena da região do Pantanal brasileiro, que defenderam a região de invasores espanhóis e portugueses e se tornaram exímios cavaleiros.
Depois, entrou na avenida a Unidos de Vila Maria, que homenageou sua própria história sob o enredo “Vila Maria. Minha origem, minha essência, minha história. Muito além do Carnaval”. A agremiação completa 69 anos de existência neste ano. Abre-alas vestidos de anjos representaram os fundadores da escola e ainda homenageou famosos com ligações com o bairro da Zona Norte, com o jogador de futebol Dener, que foi revelado em uma equipe da Vila Maria, e o piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna, que teve uma casa na região.
A Rosas de Ouro foi a quinta escola a desfilar, com o enredo “Kindala! Que o amanhã não seja só um ontem com um novo nome”, retratando a luta dos negros em busca de liberdade e igualdade, desde a escravidão até atualmente. Foram exaltados figuras históricas como Zumbi dos Palmares e Dandara dos Palmares, e também foram feitas homenagens a Glória Maria (que morreu no início do mês), Pelé (morto em janeiro), e os cantores Gilberto Gil e Emicida.
A Tom Maior veio em seguida, com o enredo “Um Culto às Mães Pretas Ancestrais”. Em um desfile muito colorido, a agremiação mostrou a criação e evolução do mundo na visão da tradição Yorubá, representou mães pretas de países como Congo, Etiópia e as mães pretas católicas.
Por último, desfilou a Gaviões da Fiel, já com o dia claro. A escola trouxe o enredo “Em nome do pai, dos filhos, dos espíritos e dos santos… amém”, que abordou a intolerância religiosa. Um desfile com muitas alegorias brancas teve Sabrina Sato, rainha de bateria da agremiação, como destaque vestida de dragão de São Jorge, toda em tons de vermelho e amarelo. Carros alegóricos mostravam palestinos e israelenses em harmonia, e Jesus Cristo ao lado de Oxalá.
Neste sábado, o Sambódromo do Anhembi será palco do desfile de mais sete escolas, veja horários:
22h30 – Estrela do Terceiro Milênio
23h35 – Acadêmicos do Tucuruvi
00h40 – Mancha Verde
01h45 – Império de Casa Verde
02h50 – Mocidade Alegre
03h55 – Águia de Ouro
05h00 – Dragões da Real