Levantamentos estatísticos do 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, tabulados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), mostra que um carro é levado a cada cinco minutos na capital paulista. Segundo os dados, a cidade teve 99 000 casos (roubos e furtos) em 2014.
De acordo com o fórum, houve queda de 2,7% nos roubos de um ano para o outro na capital paulista (de 50 713 casos, em 2013, para 49 344, em 2014) .
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Ainda segundo o levantamento, Porto Alegre, Salvador e São Paulo são as capitais que apresentam os maiores índices de roubos de carros para cada 100 mil veículos. O estudo, baseado em dados fornecidos pelas secretarias de segurança dos estados com base na Lei de Acesso à Informação, concluiu que, a cada 2 minutos e 30 segundos, um carro foi roubado ou furtado nas 27 capitais do país, em 2014, totalizando 213 472 casos.
A capital gaúcha teve a maior taxa do país no ano passado. Foram 6 938 roubos no ano passado, um índice de 833,8 casos para cada 100 mil carros. Em 2013, Porto Alegre teve 6 488 roubos de carros, uma taxa de 808 ocorrências para cada 100 veículos. Os números superam, em muito, a média nacional, que foi 476,4. Em relação aos furtos, as taxas foram de 490,2 em 2014, e 487,1 no ano anterior.
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Em Salvador, os roubos de carro subiram em 2014 em relação a 2013. São 6 371 casos contra 6 125. Os furtos registraram 1 749 casos em 2014, contra 1 417 no ano anterior, aumento de 23,43%.
Alta incidência
Para a diretora-executiva do FBSP, Samira Bueno, os números mostram que as ocorrências de roubo e furto de veículos continuam muito altas no país.
Segundo ela, os furtos ocorrem com menos frequência em relação aos roubos porque a atual tecnologia dos veículos inibe um pouco mais a ação dos criminosos. “O roubo não exige uma especialização do bandido. O mais preocupante é que o aumento de roubos, na maioria dos casos, está ligado ao crescimento de crimes contra a vida, principalmente o latrocínio”, disse.
Para ela, as autoridades de segurança dos estados devem ficar atentos à fiscalização dos desmanches. “Se o carro é roubado é porque existe alguém para comprar as peças. Muitos estados estão intensificando o combate aos desmanches ilegais, o que é positivo. É um fator inibidor ao roubo de veículos”, explicou a diretora.
Procurado pela reportagem, o tenente coronel Luiz Dulinski Porto, diretor do Departamento de Gestão Estratégica Operacional da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP-RS), reconhece os altos números de roubos de carros no Estado. “Tivemos mudança de governo no Rio Grande do Sul, então faz seis meses que a nova administração assumiu a SSP. Priorizamos os delitos contra a vida e contra o patrimônio”, disse. “O que não conseguimos diminuir foi o número de roubos de veículos”.
A Lei de Desmanches entrou em vigor no estado em maio deste ano e, segundo o tenente coronel, a previsão é que o número de roubos caia. “Dessa maneira, vamos poder fiscalizar o estabelecimento para saber qual é a procedência da peça. Se a peça não tiver procedência, vai ser imediatamente destruída”, confirmou.
Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que os roubos caíram 27,43% de janeiro a agosto deste ano em comparação a 2014. Os furtos de veículos caíram 11,64% na comparação do mesmo período. Ano passado, graças ao trabalho dos setores de inteligência policial e da criação da Lei dos Desmanches, 186 estabelecimentos foram fechados.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública da Bahia informou que não havia nenhuma autoridade disponível para comentar o assunto quando foi procurada pela reportagem, às 17h15 de quinta-feira.