Redes internacionais de restaurantes aumentam investimentos na cidade
Famosas grifes gastronômicas com o peruano Osaka e o japonês Benihana engordam o cenário gastronômico da capital
Desde o dia 1º, uma pequena multidão de jovens se reúne no salão escurinho do número 234 da Rua Amauri, uma das mais badaladas do Itaim. É ali que fica a primeira unidade brasileira do restaurante peruano Osaka, de cardápio nikkei, que mescla influências peruanas com japonesas. A rede com matriz em Lima e seis unidades espalhadas pela América Latina quer repetir aqui o sucesso conquistado em outras capitais, entre elas Buenos Aires e Santiago.
“Com um ponto bacana e uma proposta original como a nossa, fica fácil agradar ao paulistano, que adora conhecer novidades e sair para comer”, acredita Claudio Carotta, sócio da rede no país, que investiu 3,8 milhões de reais no empreendimento na metrópole. Nem bem abriu as portas de seu restaurante na cidade, Carotta já está de olho em um ponto no Rio de Janeiro para levar a marca para lá.
A maioria dos empresários do ramo acredita que São Paulo acolhe bem esse tipo de empreendimento estrangeiro porque muitos dos clientes daqui conhecem grifes gastronômicas internacionais nas viagens que fazem ao exterior. Além disso, adoram novidades.
Foi essa perspectiva que motivou os sócios Marcel Gholmieh e Bruno Laporta a investir 4 milhões de reais para trazer a rede de comida japonesa Benihana, que funciona desde dezembro, também na Rua Amauri, e deve ganhar uma segunda unidade até o fim do ano. Até 2014, outras capitais poderão contar com novas unidades — Vitória e Rio de Janeiro. “É melhor começar por São Paulo, porque é mais fácil encontrar funcionários e produtos de qualidade, embora a mão de obra seja muito disputada”, explica Gholmieh.
Estabelecimentos que estão por aqui há mais tempo, caso do nova-iorquino P.J. Clarke’s, famoso por seus hambúrgueres, multiplicaram também os investimentos. A rede estreou em 2008 com um endereço no Itaim, que vive cheio até hoje. Os responsáveis por ela calculam ter desembolsado 2 milhões de reais para montar a segunda unidade em dezembro de 2012, na região dos Jardins.
Um dos casos de maior sucesso dessa babel gastronômica é o Serafina, vindo dos Estados Unidos direto para a Alameda Lorena em 2010. A rede abriu em outubro passado outro endereço, no Itaim. Com apetite insaciável por cifrões e motivados por um faturamento de 15 milhões de reais em 2012, os sócios prometem a terceira unidade no Shopping JK Iguatemi até o fim de 2013. “Somos a primeira filial do Serafina fora dos Estados Unidos, e nosso sucesso animou os sócios americanos a nos ceder outra marca de seu portfólio”, afirma Marcelo Alcantara, um dos responsáveis pela operação.
O grupo deve inaugurar em julho, na Rua Haddock Lobo, 1416, o Geisha Table. “Será uma casa pequena e exclusiva, com apenas setenta lugares e menu japonês com inspirações italianas”, explica Alcantara.
A holding International Meal Company, que comprou nos últimos anos várias marcas nacionais, entre elas Frango Assado e Viena, deve engordar ainda mais a oferta de bandeiras estrangeiras na cidade. Estão previstos os lançamentos de três nomes gourmets conhecidos nos Estados Unidos: a LongHorn Steakhouse, especializada em grelhados, a Olive Garden, focada na culinária italiana da Toscana, e a Red Lobster, conhecida como a maior rede de frutos do mar do planeta.
“Vamos aproveitar a fase próspera do país para realizar a nossa expansão”, conta o diretor de marketing da empresa, Marcelo Ferraz. Segundo o diretor-geral da IMC brasileira, o ex-garçom Enrique Besalduch, o segredo para a prosperidade está nos funcionários. “Para que um negócio dê certo, todos os envolvidos precisam se identificar com o projeto”, acredita.
Outra boa dica para garantir o sucesso dos cardápios é tropicalizar as receitas. O Benihana, por exemplo, incluiu no menu a porção de shimeji, tão querida dos paulistanos. No caso do P.J. Clarke’s, em nenhum outro lugar do mundo há bolinho de arroz no cardápio. Só aqui na cidade.