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Carioca Rede D´Or investe em hospitais em São Paulo

Grupo que pertence ao cardiologista e empresário Jorge Moll fez aquisções de peso na região metropolitana

Por Giuliana Bergamo
Atualizado em 1 jun 2017, 18h30 - Publicado em 9 jul 2011, 00h50
Rede D´Or 2225 - maternidade São Luiz
Rede D´Or 2225 - maternidade São Luiz (Fernando Moraes/)
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Até o mais bairrista dos cariocas sabe que, no quesito medicina, eles estão bem atrás de nós. Não há, no Rio de Janeiro, nada que se equipare à excelência dos hospitais Albert Einstein, Sírio-Libanês ou Oswaldo Cruz. Nem mesmo isso intimidou o cardiologista e empresário Jorge Moll, dono da Rede D’Or, que possui alguns dos principais centros de tratamento de saúde da capital fluminense. No intervalo de poucos meses, o grupo comandado por ele fez cinco aquisições de peso na Grande São Paulo. Em setembro do ano passado, logo depois de comprar o Hospital Brasil, em Santo André, arrematou de uma vez as três unidades do São Luiz (no Itaim, no Morumbi e no Jardim Anália Franco) por 1 bilhão de reais, financiados pelo BTG Pactual. Em seguida, fincou bandeira no Assunção, em São Caetano — cidade onde, desde março, está sendo construído mais um São Luiz.

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A chegada do grupo foi amparada pelo aquecimento do mercado, fruto da ascensão à classe C de brasileiros que podem, enfim, pagar por planos de saúde. Nos últimos quinze meses, 590.000 paulistanos passaram a ser segurados, totalizando uma rede de 6,6 milhões de usuários. “Investir em saúde tornou-se, mais do que nunca, um grande negócio”, diz o clínico geral Rodolfo Milani, da Aon Gestão e Consultoria em Riscos. Assim como a Rede D’Or, grandes operadoras têm comprado hospitais. A Amil já tem doze unidades em São Paulo. Entre elas estão os dois Metropolitano, na Lapa e no Butantã, e o Paulistano.

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A lógica da expansão é a mesma de outros setores: aumentar o poder de barganha com fornecedores e diminuir custos. Algo elementar para o mundo dos negócios, mas que deixa boa parte dos médicos de cabelo em pé. A pressão por resultados em centros de atendimento privados acaba, muitas vezes, por piorar o serviço, com achatamento de salários, consultas cada vez mais rápidas e uma infinidade de exames desnecessários. Ainda não há sinais de que esse seja o destino do São Luiz. “Mas tem muita gente com medo do que pode vir por aí”, diz uma cardiologista que preferiu não se identificar.

Por enquanto, as maiores mudanças são na estrutura predial. No São Luiz do Itaim, a previsão de investimentos em reformas é de 35 milhões de reais. Além de uma suíte presidencial recém-inaugurada, a maternidade ganhará, até outubro, quarenta apartamentos — hoje são 100. A emergência passará dos atuais 700 para 1.600 metros quadrados, com dezoito novos leitos de repouso. Há também a promessa da ampliação das salas de parto, e o centro obstétrico deve receber equipamentos mais modernos de cirurgia e monitoramento de bebês.

Rede D´O 2225 - Jorge Moll Neto
Rede D´O 2225 – Jorge Moll Neto ()
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Por trás de tudo isso, está o médico com espírito de empresário Jorge Moll. Cardiologista especializado em exames complementares, ele começou a investir na área em 1977, quando abriu seu primeiro laboratório. Nascia ali o Grupo Labs, hoje com cinquenta unidades. No fim da década de 90, Moll deu mais um importante passo ao transformar o antigo hotel Copa D’Or, em Copacabana, no hospital que recebeu o mesmo nome. Em seguida, comprou outro ainda em construção na Barra da Tijuca. Finalizou a obra e, em 1998, inaugurou o Barra D’Or. Hoje, o grupo é o maior operador independente de hospitais privados (não ligados a planos) do país. São 22 unidades entre Rio, Recife e São Paulo.

Enquanto não faz mais aquisições — ele não revela quais, mas afirma já ter novos alvos —, a rede pretende montar aqui, até 2012, um braço do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (ID’or), dirigido pelo neurocientista Jorge Moll Neto, um dos cinco filhos do fundador. Além disso, faz parte dos planos do grupo ampliar o número de leitos de UTI e qualificar os hospitais recém-comprados para que sejam reconhecidos por organizações internacionais como a Joint Commission. “Nossas ambições paulistanas não têm limites”, diz Jorge Moll.

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