Maior azarão na disputa ao governo, Raimundo Sena passou o dia em casa
Último colocado nas pesquisas divulgadas antes da eleição, o pedreiro ficou em Vargem Grande, onde mora com a família
Maior azarão na disputa ao governo do estado, com 0% das intenções de voto na última pesquisa divulgada pelo Datafolha, o metalúrgico e pedreiro Raimundo Sena (PCO) passou o domingo da eleição em seu bairro, Vargem Grande, na região de Parelheiros, na extremo da Zona Sul da capital, onde concentrou sua campanha.
Após tomar café com a família, por volta das 7h, na casa construída por ele mesmo, caminhou pelas ruas da região. Acompanhado das duas filhas e de militantes do partido, Sena chegou a sua seção eleitoral, no Colégio Vargem Grande, por volta de 12h30.
Sua presença não causou nenhuma mudança no clima dos eleitores, que mal notaram o “ilustre” colega. O candidato, filiado ao Partido da Causa Operária desde 2011, foi um dos últimos a votar entre seu grupo.
Do lado de fora da zona, muita boca de urna, com santinhos espalhados pelo entorno, e nenhum sinal de fiscalização. Poucos eleitores afirmavam que votariam no vizinho de bairro, que pela primeira vez concorreu a um cargo público. “A eleição não é essa festa da democracia, é tudo manipulado e induzido”, afirmou Sena, que gastou pouco mais de 1 000 reais durante toda a sua campanha.
À tarde, o político, ficou em casa com a família, aguardando a apuração dos votos, sem alimentar grandes expectativas, mas disposto a tentar a sorte nas urnas no futuro. “Não achei muito cansativo, é mais fácil do que acordar às três da madrugada para dar tempo de pegar o ônibus por aqui e ir trabalhar no centro”, afirma.
Com ensino médio completo, Sena não relacionou bens ao registrar sua candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Um grande contraste com os dois pricipais postulantes ao Palácio dos Bandeirantes: o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que declarou 1 milhão de reais, e seu principal adversário, o empresário Paulo Skaf (PMDB), com 17 milhões de reais.
Um dos líderes da União das Favelas do Grajaú, também na Zona Sul, o pedreiro defendeu causas trabalhistas durante sua campanha. Principalmente, a redução da carga horária de semanal para 35 horas e o aumento do salário mínimo para 3 500 reais. Além disso, pediu o fim do pagamento da dívida pública e a estatização de empresas.