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“Preto safado”: publicitário agredido no centro cita homofobia e racismo

Robson Vieira foi atacado por três homens enquanto passeava com o cachorro; Polícia Civil registrou caso como lesão corporal

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 7 out 2020, 12h36 - Publicado em 7 out 2020, 12h34
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  • No último domingo (4), Robson Vieira, de 33 anos, foi agredido por três homens enquanto passeava com seu cachorro. O caso aconteceu na calçada da rua Martins Fontes, na Consolação. A situação foi registrada por moradores da região e publicada nas redes sociais.  

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    Conhecido também por Robson Gael, o publicitário afirmou que foi agredido por ser gay e negro. “Eu estava andando na rua, eles começaram a me insultar. E aí eu comecei a me defender, enfim, falar também. Eles começaram ainda a gritar comigo, falando palavras ofensivas, palavras homofóbicas”, disse em entrevista ao G1.

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    A Polícia Civil registrou o caso como “lesão corporal” no 78º Distrito Policial (DP), nos Jardins. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (SSP), foi feito um Termo Circunstanciado (TC) sobre o caso. Trata-se de um registro de uma ocorrência de menor potencial ofensivo. A diferença para o Boletim de Ocorrência é que o caso será levado ao Juizado Especial Criminal. 

    O publicitário ficou indignado com a situação. “Por mais que eu tenha falado e por mais que a minha testemunha tenha falado, não saiu como homofobia e nem tampouco racismo. Inclusive um dos pontos que eu fiquei revoltado e questionei é que no meu boletim de ocorrência entrou como pardo. E eu não me defino como pardo. Eu sou negro”, diz.

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    No TC, Robson é registrado como a única vítima e os outros três homens como agressores. Os quatro envolvidos na ocorrência foram levados à delegacia pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) e liberados depois de prestarem depoimento.  

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    O publicitário teve ferimentos nos lábios por conta dos socos que sofreu no rosto. Marley, o cachorro, ficou somente assustado, segundo o dono. O ataque só terminou com a chegada da GCM.

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    Homofobia e racismo

    Robson afirma que sofreu diversas ofensas de cunho racista e homofóbico enquanto era agredido. “No meio dessa confusão toda, os dois ali começam a me bater desenfreadamente e a me xingar, me chamando de preto safado, essas coisas, tem que apanhar, tem que morrer e eu tentando segurar o cachorro para ele não fugir”.

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    “Um deles partiu mais agressivo para cima de mim. Eu peguei a guia do cachorro e tentei me defender, enfim, essa é a realidade toda. Nesse meio tempo, esse cara, ele conseguiu me acertar”, relatou.

    A Secretaria de Segurança Pública (SSP) foi questionada sobre o motivo de o caso ter sido registrado somente como lesão corporal e não homofobia ou racismo, como foi denunciado pela vítima. Por meio de nota, a pasta informou que o 78º DP registrou o caso como lesão corporal “após análise dos fatos e das oitivas dos envolvidos”.

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    “A vítima manifestou interesse em representar criminalmente contra os autores, razão pela qual o caso foi encaminhado ao Jecrim (Juizado Especial Criminal). Durante os depoimentos, não foram relatados outros crimes a serem registrados, no entanto, a Polícia Civil reitera que está à disposição para apurar denúncias de outras naturezas, tão logo elas sejam registradas”, informa a nota do SSP.

    Robson disse que seus dois advogados, especializados em causas LGBT e de racismo, vão entrar com ações na Justiça para buscar uma punição para os agressores na esfera cível e criminal.

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