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Paulistanos se reúnem para torcer para os piores times de futebol

Nada de Palmeiras, São Paulo ou Corinthians: este obcecado grupo só se interessa em ver jogos de equipes quase desconhecidas

Por Edison Veiga
Atualizado em 5 dez 2016, 19h27 - Publicado em 18 set 2009, 20h30
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  • Primeira Camisa, Capivariano, Saltense, Elosport, Brasilis, Velo Clube, Joseense… Você provavelmente nunca ouviu falar desses times, mas alguns paulistanos aguardam, ansiosamente, o início dos jogos do que seria a quarta divisão do Campeonato Paulista, neste sábado (19), só para vê-los em campo. Eles não estão nem aí se o Palmeiras vai conseguir reverter a vantagem do São Paulo, no domingo, ou se o Barcelona chegará à final da Liga dos Campeões da Europa. O negócio dessa turma é assistir a partidas de categorias inferiores do futebol profissional e depois contar tudo em um site. Quanto pior, melhor. “Neste ano, na série B do Campeonato Brasileiro, seremos obrigados a ver jogos do Corinthians”, queixa-se o músico Fernando de Matos Martinez, que prefere torcer numa boa pelada do Juventus, na Mooca, ou do Nacional, na Barra Funda.

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    Além de Martinez, esse grupo de obcecados por timecos é formado pelo administrador Orlando Lacanna Filho, o jornalista Emerson Ortunho, o engenheiro eletricista Jurandyr Moraes Tourices Junior, o delegado Victor Minhoto Meinão, o comerciante David Libeskind Sirota e o oficial de promotoria Estevan Mazzuia. Como têm predileção por partidas entre clubes pequenos e quase desconhecidos, eles começaram a se encontrar freqüentemente nos estádios. “Os jogos atraem poucos torcedores, uma média de 100 por partida, e sempre acabávamos nos vendo”, conta Lacanna, que freqüenta campos de futebol há quarenta anos. O clubinho se formou a partir do fim da década de 80. Ortunho foi o último a ser admitido, em 2004, quando todos começaram a publicar relatos das partidas no site https://www.jogosperdidos.com.br. “No início, era apenas para contarmos uns aos outros sobre os jogos que tínhamos visto”, lembra Martinez. A idéia deu certo e, pouco mais de três anos depois, o site registra uma média de 650 acessos por dia.

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    Eles têm o hábito de catalogar os jogos a que assistem. Tourices gaba-se de já ter visto em campo 595 times – entre eles o Badalona, da Espanha, e o Vilnius, da Lituânia. “Eu sou o único que não faz lista”, afirma Lacanna. “Não gosto da idéia de assistir a um jogo só para acrescentar mais um time à minha lista.” Em geral, a paixão pelas equipes pequenas vem do berço. “Aprendi com meu pai a torcer pelo Jabaquara de Santos”, diz Ortunho, que até agora já viu 285 times em campo. Mesmo quando viajam a passeio, eles aproveitam para conferir jogos pitorescos. “Na minha lua-de-mel, em 2005, fui a cinco países europeus”, enumera Tourices. “Claro que vi cinco partidas.”

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    Eles só acompanham jogos envolvendo times grandes quando o adversário é uma equipe que consideram inédita. Por isso, Martinez foi assistir à partida entre São Paulo e Sportivo Luqueño, do Paraguai, no último dia 2, pela Libertadores da América. Não para ver o São Paulo, naturalmente, mas sim o Luqueño. Jogos da Copa do Brasil, em que participam clubes praticamente desconhecidos entre os grandalhões, são um prato cheio. Como driblar a fúria da mulher quando há tanto futebol agendado? “A minha prefere que eu veja jogos durante a semana, para estar livre aos sábados e domingos”, explica Meinão. A receita de Tourices é apelar para o talão de cheques e o cartão de crédito: “É preciso fazer uma média, levá-la depois ao shopping, deixá-la comprar o que quiser…”

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    Os colecionadores de times

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    Conheça seis dos aficionados que fazem os Jogos Perdidos e quantos clubes eles já foram ver em campo

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    1 Orlando Lacanna Filho, administrador, 60 anos: cerca de 500 times

    2 Emerson Ortunho, jornalista, 35 anos: 285 times

    3 Fernando de Matos Martinez, músico, 31 anos: 453 times

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    4 Jurandyr Moraes Tourices Junior, engenheiro eletricista, 41 anos: 595 times

    5 Victor Minhoto Meinão, delegado de polícia, 31 anos: 418 times

    6 David Libeskind Sirota, comerciante, 43 anos: 315 times

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