Quem entra no site do Partido Nacional Corinthiano (PNC) fica sabendo que a legenda, ainda em processo de legitimação perante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi criada em homenagem a Sócrates, não o filósofo, claro, mas ao “Doutor Sócrates”, craque que liderou no Corinthians um dos movimentos políticos mais famosos do futebol brasileiro, a Democracia Corintiana.
Mas o PNC também trata de política. Na última quarta (21), a agremiação entrou com uma ação na Justiça paulista questionando o fato de o prefeito João Doria ter prometido ficar quatro anos na prefeitura.
O próximo dia 6 de abril é a data limite para que postulantes a cargos eletivos nos pleitos de outubro se descompatibilizem de postos públicos, o que será o caso do administrador da capital paulista.
Em uma sustentação jurídica de onze páginas, o advogado Marcelo Santos Mourão afirma que o tucano “declarou por diversas vezes que, caso eleito, completaria o mandato para o qual concorria”. E solicita um pedido de liminar para que ele seja impedido de deixar o cargo, além da condenação por improbidade administrativa.
Mourão junta onze declarações de Doria, dadas a diversos veículos de imprensa, de que permaneceria no Edifício Matarazzo até o fim do mandato, em 2020.
O pedido de liminar foi indeferido nesta quinta-feira (22) pelo juiz Marcos de Lima Porta, da 5ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, sob o argumento de que “segundo um olhar jurídico, vejo que o requerido possui direito subjetivo à eventual renúncia, devido à natureza jurídica do vínculo que ele entretém como Ente Público municipal”. Porém, o magistrado afirma que poderá analisar o mérito da ação no curso do processo.
Procurado, o secretário de Justiça, Anderson Pomini, não quis comentar o assunto.
Repleta de imagens alusivas ao clube, a página do PNC no Facebook, que conta com 24 000 curtidas, aproveita os seguidores para cutucar times rivais, em especial o Palmeiras. Em uma postagem do ano passado, quando o Timão sagrou-se campeão brasileiro, uma foto lembrava que o clube era sete vezes vencedor da competição sem a necessidade de um “fax”, em alusão ao título do Verdão da Copa Rio, de 1951, pleiteado pelo clube da Barra Funda, junto à FIFA, para que seja considerado como um “mundial de verdade”.