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Parques do Carmo e Ibirapuera voltam a ser palco de rolezinhos

Os dois eventos, que reuniram quase 9 000 pessoas no fim de semana, tiveram adolescentes detidos e centenas de litros de álcool apreendidos

Por Adriana Farias
Atualizado em 27 mar 2017, 20h38 - Publicado em 27 mar 2017, 19h41
Parque do Carmo: cenário de rolezinho no sábado (25) (Divulgação/Associação Rolezinho A Voz do Brasil/Veja SP)
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No fim de semana, dois dos maiores parques de São Paulo voltaram a ser cenário dos rolezinhos, encontros de jovens marcados pelo consumo excessivo de álcool e, em muitos casos, drogas.

No Parque do Carmo, na Zona Leste, o evento foi no sábado (25) e reuniu 1 500 pessoas. Ao menos três jovens entre 14 e 15 anos foram detidos pela Guarda Civil Municipal (GCM). Dois deles estavam com um brinquedo de dar choque, no formato de um revólver. O terceiro foi detido por porte de maconha. Encaminhados ao 53º Distrito Policial, os garotos foram liberados após a chegada dos pais. Os guardas apreenderam ainda 350 litros de bebida alcoólica.

Segundo a Associação Rolezinho A Voz do Brasil, os meninos detidos e outros abordados no parque sofreram discriminação e foram tratados com truculência. “Acompanhamos toda a ação e o que se viu foi abuso de poder por parte da GCM, com agressões e xingamentos contra ao menos dezesseis pessoas”, acusa o presidente da entidade, Darlan Mendes. “Eles eram chamados de vagabundos e até as tatuagens foram motivo de averiguação”. A associação vai protocolar nesta terça (28) a denúncia dos abusos à corregedoria da GCM, entre outros órgãos do município.

“O guarda me fez deitar no chão e se ajoelhou nas minhas costas, ficava com o joelho em cima de mim. Depois, veio outro, apertando minha mão, meus braços”, relatou um rapaz de 15 anos. A prefeitura diz que a Corregedoria da Guarda Civil Metropolitana vai investigar as denúncias que receber sobre a atuação de qualquer de seus membros no Parque do Carmo. “Nenhum comportamento irregular ou inadequado será tolerado”, informou.

No domingo (26), cerca de 7000 pessoas lotaram a marquise do Parque Ibirapuera. Foram encontrados 244 litros de álcool em posse de crianças e adolescentes.

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Parte das bebidas alcoólicas apreendidas no Parque do Carmo: ao todo, 350 litros (Divulgação/Associação Rolezinho A Voz do Brasil/Veja SP)

De acordo com a prefeitura, os dois eventos contaram com a presença de agentes das secretarias do Verde e Meio Ambiente, dos Direitos Humanos, da Saúde, Segurança Urbana e de prefeituras regionais, com o objetivo de conscientizar os jovens sobre os malefícios do álcool e das drogas. “Os adolescentes estão sendo orientados a aproveitar os espaços da melhor forma, por meio de atividades esportivas, culturais e de lazer”, explica a prefeitura, em nota. Houve ações de orientação sobre sexualidade, com a instalação de unidades móveis do Cento de Cidadania LGBT, distribuição de água e a disponibilização de ambulâncias para atender eventuais emergências, como os comas alcoólicos registrados no dia 12 de março. Porém, não houve nenhuma ocorrência do tipo neste fim de semana.

A força-tarefa montada pela prefeitura teve início em 12 de março, no Parque Ibirapuera – já foram realizadas, desde então, três operações. No último sábado (25), foi estendida ao Parque do Carmo. Desde o início, 1 568 litros de bebida alcoólica foram apreendidos.

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Promovidos via redes sociais congregando jovens das periferias da capital, os rolezinhos estão voltando com força desde o começo do ano após a prefeitura suspender o apoio dado de forma a regularizá-los, fornecendo infraestrutura. De março de 2014 a julho de 2016, as ofertas de lazer do tipo ocorriam dentro dos projetos Rolezinhos da Cidadania e Funk SP – este último, com a finalidade de acabar com os pancadões na cidade. Ambos aconteciam de forma organizada e estruturada, com hora para começar e terminar, e incluíam contratação de seguranças, proibição de bebidas a menores e campanhas de prevenção às drogas e doenças sexualmente transmissíveis. Não só o Ibirapuera era contemplado, mas também várias regiões da cidade, como Cachoeirinha, Guaianases, Penha, Jaraguá e Parelheiros. Em 2015, o órgão gastou 4,5 milhões de reais com o programa e, em 2016 foram 2,5 milhões. No fim do ano passado, entretanto, a prefeitura informou que não dispunha mais de verba para dar continuidade aos projetos.

Segundo monitoramento da associação na internet, outros sessenta eventos do tipo estão previstos para ocorrer em toda a capital nos próximos meses em locais como os parques do Carmo, Villa-Lobos, Chico Mendes, do Rodeio e Silvio Romero, além dos shoppings Itaquera, Aricanduva, Metrô Tatuapé e a praça de eventos de Guaianazes.

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