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Número de socorridos por acidentes de trânsito aumenta 18, 9%

É a primeira vez que esse índice aumenta desde 2014; centros médicos da Zona Sul são os que mais registram atendimentos

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 11 set 2017, 09h10 - Publicado em 11 set 2017, 09h00

O número de pessoas socorridas em prontos-socorros da Prefeitura de São Paulo por causa de acidentes de trânsito cresceu 18,9% entre janeiro e julho deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, conforme dados da própria Secretaria Municipal de Saúde. É a primeira vez que esse índice aumenta desde 2014. Especialistas defendem que as causas do aumento do atendimento nos PSs sejam investigadas.

Nos sete primeiros meses do ano, 6 118 pessoas ficaram feridas em acidentes. No mesmo período de 2016, foram 5 146. A Prefeitura afirma não ser possível relacionar essa estatística à elevação de acidentes na capital porque parte das ocorrências pode ter sido fora da cidade.

O dado se refere ao total de atendimento nos hospitais e não detalha o número de mortos. Também não inclui quem se feriu em acidentes e foi socorrido em hospitais particulares ou da rede estadual e federal.

Os centros médicos da Zona Sul são os que mais registram atendimentos. Quem lidera é o Jabaquara, com 930 registros. Na região, há ainda Capela do Socorro, com 921. Mas os extremos da Zona Leste também têm concentração de casos: Ermelino Matarazzo relata 835 pacientes e Itaim Paulista, 543.

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Os números são fornecidos pela Secretaria da Saúde por meio do sistema Tabnet, que contabiliza as entradas de pacientes, de todas as enfermidades, para fins de controle e de financiamento de recursos por parte do Sistema Único de Saúde (SUS), do governo federal.

O médico Aly Said Yassine, diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), afirma que os acidentes de trânsito são uma enfermidade “evitável”. “Se há um aumento, uma das possibilidade é que a prevenção está falhando”, afirma. “E a prevenção é uma fiscalização maior, especialmente nos pontos mapeados como de grande ocorrência de acidentes, além de controle maior da velocidade dos automóveis.”

Segundo ele, isso traz demanda maior de pessoal e de recursos dos hospitais. “A consequência desse aumento é que pacientes com outras doenças, como vítimas de enfarte ou derrame, ficam com o atendimento prejudicado diante da demanda requerida pelas vítimas do trânsito”, destaca Yassine.

Os dados da Secretaria de Saúde seguem a mesma tendência apontada em estatísticas fornecidas por outros órgãos públicos, como as Polícias Civil e Militar, que têm registrado alta de mortes no trânsito. A Prefeitura tem evitado comentar esses dados, sob argumento de que são produzidos por outros órgãos.

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A Polícia Civil registrou na cidade, entre janeiro e junho, 264 casos de homicídio culposo por acidente de trânsito (quando uma pessoa mata outra em um atropelamento, por exemplo). No ano passado, no mesmo período, foram 200 ocorrências – aumento de 32% nos registros.

Já o Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo (Infosiga), mantido pelo governo estadual indica que, em julho, houve 10% mais mortes no trânsito (de 66 no ano passado para 70 em 2017). No apanhado do ano, a alta é de 1,2%.

Luiz Célio Bottura, ombudsman da Companhia de Engenharia de Tráfego durante a gestão Gilberto Kassab (PSD), afirma que as regiões periféricas sofrem mais com ruas esburacadas, falta de sinalização e de agentes de trânsito. Ele aponta também o problema das panes dos semáforos como possível explicação para o aumento de feridos no trânsito.

O professor do Departamento de Transportes da Universidade de São Paulo (USP) Claudio Barbieri da Cunha sugere as mesmas hipóteses para o aumento de vítimas, mas destaca a necessidade de estudos mais profundos sobre o assunto. “Para isso, a CET precisa ser mais transparente na divulgação de seus dados.”

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