Mulher que bebeu e matou três pessoas na Marginal vai a júri popular

Talita Tamashiro, 29, vai responder por homicídio qualificado

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
3 ago 2018, 16h10
Talita Tamashiro: proibida de frequentar bares (Reprodução Facebook/Veja SP)
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A vendedora Talita Sayuri Tamashiro, de 29 anos, que causou a morte de três pessoas após seu veículo Honda Fit bater contra uma BMW parada no acostamento da Marginal Tietê, em 30 de setembro de 2017, vai a júri popular.

Na quarta-feira (1), o juiz Luis Gustavo Esteves Ferreira, da 5ª Vara do Júri da Capital, determinou que a jovem seja levada a julgamento sob a acusação de homicídio qualificado, com dolo eventual.

Segundo o magistrado, “à luz das provas produzidas em juízo, corroboradas pelos elementos informativos colhidos na fase inquisitorial, há indícios concretos no sentido de que a acusada, embriagada, ao assumir a condução de veículo automotor, mesmo estando ciente de que sua habilitação estava suspensa e fazendo uso de aparelho celular enquanto dirigia seu automóvel na Marginal Tietê, teria assumido o risco de causar as mortes das vítimas, que se encontravam no acostamento da via pública (em local, portanto, onde não há circulação de veículos) – resultados estes, em princípio, previsíveis”, escreveu.

Em junho, Talita prestou depoimento à Justiça e reafirmou o que havia dito à Polícia Civil.

Segundo a mulher, após consumir uma dose de vodca na casa noturna Villa Mix, na Vila Olímpia, saiu dirigindo rumo a sua residência, na Zona Norte, quando perdeu o controle de seu veículo, próximo à Ponte dos Remédios, e provocou a batida.

Logo em seguida, o teste de bafômetro apontou que Talita tinha 0,48 miligrama de álcool por litro de ar em seu organismo.

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Devido à ingestão do álcool, Talita afirma, em depoimento ao juiz Luís Gustavo Esteves Ferreira, que pensou em chamar um Uber, mas como havia deixado seus pertences, como carteira e a comanda da casa noturna, com uma amiga, só lhe restava dirigir o veículo.

Eu cheguei a tentar solicitar um Uber porque estava com o celular, mas não tinha dinheiro e o meu cartão, por ser final de mês, já estava estourado. Também pensei no Uber porque a Mirela levou inclusive o tíquete do estacionamento”, contou.

A gente se perdeu e eu estava sem bolsa no dia. Fiquei só com meu celular na mão. Inclusive, estava falando com a minha mãe por volta de 3 da manhã. Ela pediu para eu tomar cuidado porque estava chovendo. Estava só com meu celular na mão. Minha habilitação, dinheiro, cartão do Villa Mix, documento do carro, tudo ficou na bolsa da Mirela”, afirmou.

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Como já está em liberdade, a vendedora vai aguardar o julgamento longe da prisão, mas não poderá se ausentar de São Paulo por mais de sete dias (sem autorização do juiz), tampouco frequentar bares ou restaurantes que ofereçam consumo de bebida alcoólica. Além disso, está proibida de dirigir veículos automotores e deverá ficar em casa no período noturno e nos dias de folga do trabalho.

Procurada, a defesa de Talita Sayuri Tamashiro, que pode recorrer da decisão de primeira instância no Tribunal de Justiça, não se pronunciou.

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