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Morador de rua gay desaparece após ser agredido em festa

Pedro Henrique de Oliveira, de 27 anos, teria levado socos e chutes de cerca de quinze rapazes

Por Estadão Conteúdo
16 ago 2017, 13h21
Ruas Ipanema e Doutor Almeida Lima, na Zona Leste: o caso aconteceu nas proximidades do local (Reprodução / Google Street View/Veja SP)
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Um rapaz em situação de rua teria desaparecido na madrugada de terça-feira (15) após sofrer agressões homofóbicas em um baile funk realizado por estudantes da Universidade Anhembi Morumbi, próximo ao campus Centro, na Mooca, Zona Leste.

Morador do Viaduto Bresser, no mesmo bairro, Pedro Henrique de Oliveira, de 27 anos, teria levado socos e chutes de cerca de quinze rapazes. A festa foi realizada durante a programação de trotes para estudantes calouros da universidade.  O caso aconteceu nas imediações das Ruas Ipanema e Doutor Almeida Lima.

O morador de rua estava acompanhado do amigo Marcos Ramos, de 23 anos, que também mora junto ao viaduto, conhecido como “Comunidade do Cimento”. Segundo ele, ambos aproveitaram a festa até cerca de duas horas da madrugada, quando Oliveira tentou apartar uma briga entre dois jovens, momento em que foi cercado por cerca de quinze rapazes aos gritos de “Veado tá tirando, veado tá tirando, vamos pegar ele.”

Ramos diz ter tentado ajudar o amigo, mas, como estavam em menor número, teve que fugir. Ele alega ter visto o vizinho “muito ferido”.

“Entrei na briga para tentar defender ele, saí no soco com os caras também, só que não deu para mim. Eu pensei: ‘se eu ficar aqui, aí eu vou morrer’. Daí eu corri e gritei para ele ‘corre, corre!'”, relata.

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De acordo com o padre Julio Lancelotti, da pastoral Povo da Rua, que acompanha o caso, Oliveira morava no viaduto havia cerca de um ano e é natural de Ibitinga, no interior de São Paulo. O sacerdote e Ramos registraram um boletim de ocorrência sobre as agressões na manhã desta quarta-feira (16), no 8º Distrito Policial do Brás. “É claramente um caso de homofobia”, disse o padre.

Em nota, a Universidade Anhembi Morumbi afirmou não ter “relação com os fatos” e se colocou à disposição das autoridades para “auxiliar no que for possível”. “Trata-se de uma festa que não foi promovida pela instituição, tampouco nas instalações da universidade”, informou.

“Lamentamos profundamente o ocorrido e repudiamos qualquer ato que possa comprometer a integridade física e psicológica de nossos estudantes e colaboradores, ou que venham causar transtorno à população. Dessa forma, reiteramos que qualquer ação festiva que não tenha objetivo acadêmico é proibida nas dependências do nosso campus”, afirmou a instituição.

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