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Menina de 14 anos ameaçou “esfaquear coleguinhas” de escola na Zona Leste

Na semana passada, Justiça manteve a menina internada provisoriamente; ela publicou ameaça no Instagram, que alertou a polícia

Por Hyndara Freitas
Atualizado em 30 mar 2023, 11h52 - Publicado em 30 mar 2023, 11h42

Em 10 de maio de 2022, uma menina de 14 anos publicou no Instagram que estava “indo esfaquear os coleguinhas do Antônio Duarte”, fazendo referência à escola em que estudava, a Escola Municipal Professor Antônio Duarte de Almeida, no Parque Guarani, Zona Leste da capital. Em 24 de junho, ela voltou a repetir a ameaça na rede social. A adolescente chegou a levar uma faca para a escola durante algumas semanas.

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A ameaça nunca foi concretizada: o próprio Instagram alertou a publicação como imprópria e notificou a Polícia Civil, que após investigações, descobriu de quem era o perfil. A adolescente foi apreendida provisoriamente e está na Fundação Casa. A Defensoria Pública impetrou um habeas corpus pedindo a liberação da menina, mas o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) negou o pedido no último dia 22 de março.

Segundo o processo, que corre em segredo de Justiça, ela publicou as ameaças na rede social junto a fotos segurando uma faca de cabo vermelho e usando uma máscara de caveira – mesmo acessório que utilizado pelos autores do ataque a tiros na Escola Raul Brasil, em Suzano, em 2019, e pelo jovem que esfaqueou professores e colegas na escola Thomazia Montoro, na Zona Oeste da capital, na última segunda-feira (30).

De acordo com a investigação do Ministério Público, a menina de 14 anos conheceu uma colega, que estudava em outra sala, de 12 anos, e as duas “passaram a compartilhar pensamentos homicidas, confidenciando uma a outra o interesse em esfaquear pessoas”.

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As duas então conversaram sobre levar uma faca até o colégio, e então em maio de 2022 a mais velha pediu que a mais nova pegasse uma faca em sua casa, “grande o bastante para causar temor”. E assim a menina de 12 anos o fez, sem que sua mãe soubesse, e entregou a faca para a colega mais velha, que manteve a faca em sua mochila, junto a um garfo grande em formato de tridente.

Depois, a estudante de 14 anos fez as publicações no Instagram. Ainda segundo o MP, ela também chegou a conversar com uma outra pessoa pela rede social, que ainda foi foi identificada, e na mensagem ela compartilhou seu objetivo de “promover massacre na escola” e discutiu com essa pessoa como executaria o plano.

O conteúdo compartilhado, envolvendo atentados a escolas, gerou um alerta às autoridades americanas, sede do Instagram/Facebook, então houve comunicação às polícias brasileiras. A Polícia Civil passou a investigar, e conseguiu identificar quem era a dona do perfil. Em outubro de 2022, foi cumprido um mandado de busca e apreensão na casa da jovem, em que foram apreendidos o celular dela, uma máscara com desenho de caveira, a faca e o garfo. Em depoimento na delegacia, a adolescente admitiu que tinha a ideia de promover um ataque na escola desde 2020, mas que ainda não havia organizado nada nesse sentido.

A menina está internada provisoriamente desde então, e a Defensoria Pública alegou que, por ela ser primária, não deveria ficar em regime fechado. O TJSP negou o pedido, em razão “das peculiaridades do caso”, porque são investigadas “infrações graves, análogas aos crimes de ameaça, de apologia ao crime e de trazer consigo arma
(branca) por mais de uma vez”.

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Em nota, a Secretaria Municipal de Educação afirmou que as escolas municipais contam com as Comissões de Mediação de Conflitos, com o objetivo de atuar na prevenção e resolução de conflitos que envolvam alunos na comunidade escolar, além de realização de ações de conscientização, combate à violência e incentivo à Cultura de Paz.

“Os estudantes também contam com o auxílio do Núcleo de Apoio e Acompanhamento para a Aprendizagem (NAAPA), composto por psicopedagogos e psicólogos, visando a garantia dos direitos e proteção dos estudantes. O NAAPA está presente nas 13 Diretorias Regionais de Educação (DREs) e atende as escolas da Rede Municipal de Ensino (RME) no desenvolvimento de práticas pedagógicas para crianças e adolescentes que em virtude de situações sociais, culturais ou emocionais, se encontram em sofrimento ou com significativos prejuízos no seu processo de escolarização”, destacou a pasta.

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