Marta Suplicy abandona política e diz: “Esse sistema faliu”
Em carta publicada nas redes sociais, a senadora diz que não vai tentar a reeleição ao Senado e que, a partir de agora, vai atuar "na sociedade civil"
A senadora Marta Suplicy surpreendeu a todos no fim da tarde desta sexta-feira (3) ao anunciar uma decisão radical: não vai ser a vice na chapa do ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles; não vai se candidatar à reeleição ao Senado; e vai deixar seu partido, o MDB.
Em carta apresentada à direção nacional do MDB e, posteriormente, publicada nas redes sociais, ela diz que o motivo é a falência do sistema. “Não é novidade que os partidos políticos brasileiros, de forma geral, encontram-se fragilizados, acuados e sem norte político. Não mais conseguem dar respostas à crise de credibilidade que se abateu sobre eles e nem tampouco estão empenhados na mudança de posturas que os levaram à mais grave crise de suas histórias. Orientam suas movimentações políticas pela lógica exclusiva de fazerem crescer suas bancadas parlamentares com o objetivo perverso e mesquinho de fortalecerem-se na divisão e loteamento de cargos e espaços de poder”, publicou ela.
Marta aproveitou também para mandar uma mensagem diretamente aos eleitores de São Paulo. “Quero agradecer aos 8,3 milhões de paulistas que me deram a oportunidade de, nos últimos 8 anos, trabalhar como senadora defendendo as bandeiras que me levaram à vida pública: o combate às desigualdades e às injustiças sociais, a militância pelos direitos de cidadania das mulheres e da população LGBTI e pela igualdade de oportunidades para todos.”
Ela deixa claro, no fim da carta, que vai voltar a atuar na sociedade civil, sem especificar onde. No entanto, garante que continuará agindo em prol das causas sociais. “Permanecerei participando politicamente da vida pública brasileira. A partir de 2019, não mais como parlamentar, mas em todas as trincheiras que me levem ao lado da defesa dos interesses dos mais pobres, dos injustiçados e na luta pelo empoderamento das meninas e das mulheres”, conclui.