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Mais de duzentas pessoas permanecem no Largo do Paissandu

Grades foram colocadas para isolar o grupo que dormiu na porta da igreja

Por Estadão Conteúdo
3 Maio 2018, 08h49

Moradores desabrigados pela queda do edifício Wilton Paes de Almeida continuam ocupando o Largo do Paissandu, diante da Igreja Nossa Senhora do Rosário, na manhã desta quinta-feira (3). O grupo que organiza o acampamento dos sem-teto estima que duzentas pessoas dormiram no local.

Após a confusão desta quarta-feira (2), quando roupas e lixo tomaram o largo e pessoas se apresentaram dizendo ser moradores, o movimento de moradia com os residentes desalojados adotou um sistema de organização: identificam-se com uma fitinha roxa amarrada no braço. Os líderes utilizam também um crachá onde se lê “Ocupação Paissandu – apoio”.

Grades foram colocadas para isolar o grupo que dormiu na porta da igreja. Nesta quarta, fitas não deram conta de impedir a passagem de curiosos e pessoas que ocuparam a calçada alegando morar no edifício. As doações foram tantas, que os líderes do movimento passaram a recusar roupas já no fim da manhã. À tarde, uma mesa foi montada com uma montanha de roupas para que qualquer passante pudesse pegar. Lonas chegaram a ser amarradas com cordas a postes junto à parede da Igreja Nossa Senhora do Rosário para servir de teto a quem queria privacidade.

Esta foi a terceira noite em que os moradores do prédio dormiram no local. Eles se dividiram em grupos para limpar a calçada, que acumulava restos de comida, roupas e lixo. Barracas de acampamento e colchões estão espalhados no interior das grades. Algumas famílias com crianças foram passar a madrugada em albergues próximos, mas retornaram ao local nas primeiras horas da manhã.

A manicure Keliane Mendes, de 34 anos, passou mal nesta madrugada. Ela diz que morava no 3° andar do edifício. “Esta noite foi pior por causa da poeira e da fumaça. Tenho rinite alérgica e sinusite, então fiquei com dificuldade para respirar” diz. Uma fumaça branca ininterrupta nos escombros do edifício toma o Largo do Paiçandu há mais de 48 horas. Focos de incêndio surgem do material durante os trabalhos dos bombeiros.

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A auxiliar de limpeza Fábia Rodrigues, de 36 anos, conta que busca auxílio na casa de amigos. “Durante o dia, muitos saem para tomar banho na casa de amigos. Usamos banheiros dos bares próximos. À noite, vamos fazer xixi atrás dos carros”, diz.

Preocupados com a fumaça, líderes do movimento orientam moradores a retirar crianças do local. A estratégia do movimento é manter adultos no local para pressionar os governos por moradia. O grupo se recusa a ir para os albergues oferecidos pela Prefeitura de São Paulo.

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