Continua após publicidade

“Lixo Extraordinário” enfoca trabalho de Vik Muniz em aterro sanitário

Documentário revela o passo a passo criativo do artista e registra as desumanas jornadas dos catadores de recicláveis

Por Miguel Barbieri Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 18h19 - Publicado em 21 jan 2011, 23h29
Lixo Extraordinário
Lixo Extraordinário (Divulgação/)
Continua após publicidade

Espera-se que, ao assistir ao emocionante Lixo Extraordinário, os espectadores tenham reação semelhante à da plateia do Festival de Paulínia, quando o filme foi exibido pela primeira vez, em julho de 2010. Ovacionado por alguns minutos, foi escolhido pelo público o melhor documentário da competição. A ótima recepção não foi à toa. Dirigida a seis mãos e em etapas distintas pela inglesa Lucy Walker e pelos brasileiros João Jardim (Janela da Alma) e Karen Harley, essa coprodução tem ingredientes para comover um grande número de espectadores. 

Lucy Walker iniciou o projeto de mostrar o trabalho de Vik Muniz, o bem-sucedido artista plástico paulistano radicado nos Estados Unidos. Ao longo de dois anos (daí o revezamento dos cineastas), Muniz e sua equipe miraram o foco nas desumanas jornadas dos catadores de material reciclável do Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Trata-se do maior aterro sanitário da América Latina, responsável por receber cerca de 70% dos dejetos da capital fluminense. A tarefa do artista consistia em usar em suas espetaculares obras o que era descartado pelos catadores, contando com o auxílio de alguns trabalhadores do lixão. Do convívio nasceu a proximidade, sobretudo com o líder sindical Sebastião Carlos dos Santos, mais conhecido por Tião e retratado em pose igual à do quadro A Morte de Marat (1793), do francês Jacques-Louis David.

Devido aos rumos imprevistos das filmagens, “Lixo Extraordinário” pode parecer sem norte. A fita, contudo, funciona bem ao revelar o passo a passo do curioso processo de criação de Vik Muniz, além de ser um caloroso registro de desvalidos em busca de oportunidades na vida. Há, sim, um certo pendor ao paternalismo, mas nada que estremeça a análise da transformação do descartável em arte, do lixo em luxo.

AVALIAÇÃO ✪✪✪

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de 49,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.