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Juiz mantém presos executivos de empreiteiras

Entre os detidos na Operação Lava Jato, que apura denúncias de corrupção na Petrobras, estão altos funcionários da Camargo Corrêa, da OAS e da UTC Participações

Por André Richter, Agência Brasil
Atualizado em 5 dez 2016, 13h49 - Publicado em 19 nov 2014, 08h35
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  • O juiz federal Sérgio Moro, que apura fraudes em licitações da Petrobras e propina a políticos, determinou na noite de terça-feira (18) que as prisões de executivos ligados às empreiteiras Camargo Correa, OAS e UTC Participações sejam transformadas em detenções preventivas. O magistrado também decidiu manter preso, por tempo indeterminado, Renato Duque, ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras.

    Entre os detidos estão estão altos funcionários da Camargo Corrêa (Dalton dos Santos Avancini, diretor-presidente, João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração), da OAS (Mateus Coutinho de Sá Oliveira, José Aldemário Pinheiro Filho, presidente) e da UTC Participações (Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente).

    Para embasar a decretação da prisão preventiva dos executivos das empreiteiras, Moro disse que as provas documentais justificam as prisões a decisão. “A prisão preventiva é um remédio amargo no processo penal. A regra é a punição apenas após o julgamento. Embora a preventiva não tenha por função punir, mas prevenir riscos à sociedade, a outros indivíduos e ao próprio processo até o julgamento”.

    Também na noite de terça, onze executivos que haviam sido detidos entre sexta (14) e sábado (15) foram libertados.Eles, no entanto, estão proibidos de deixar o país e deverão entregar seus passaportes. Segundo o juiz, a atuação dos investigados precisa ser aprofundada, mas a prisão cautelar não se justifica.

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    Os defensores de Renato Duque afirmaram que a decisão do magistrado é injusta, “uma vez que ele não é acusado de nenhum crime. Os advogados devem entrar nesta quarta-feira (19) com pedido para libertá-lo.

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    Alberto Toron, que representa Ricardo Pessoa (UTC), disse que “mais uma vez a prisão é utilizada como forma de pressão para obter um confissão”. Segundo ele, não havia motivo para transformar a prisão temporária em preventiva. “Ricardo sempre esteve à disposição das autoridades.”

    O advogado Celso Vilardi, que defende os funcionários da Camargo Corrêa, afirmou que a prisão preventiva foi decretada sem que seus clientes tivessem sido ouvidos.

    O lobista Fernando Soares, apontado pela PF como elo entre o PMDB e o esquema, se entregou na noite de ontem. O partido nega ligação com ele.

    ENTENDA O CASO

    Deflagrada pela Polícia Federal em março deste ano, a Operação Lava Jato apura denúncias de lavagem e desvio de dinheiro da Petrobras.

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    A ação da PF foi batizada desta forma por que o grupo usava uma rede de lavanderias e postos de combustíveis para lavar o dinheiro.

    O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef são apontados como chefes do esquema. Presos, eles participaram do programa de delação premiada e denunciaram outros nomes envolvidos no caso.

    QUEM TEVE A PRISÃO PRORROGADA

    João Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa

    Dalton Avancini, diretor-presidente da Camargo Corrêa

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    José Aldemário P. Filho, presidente da OAS

    Mateus C. de Sá Oliveira, vice-presidente do Conselho de Administração

    Ricardo Pessoa, presidente UTC Participações

    Renato de Souza Duque, ex-diretor da Petrobras

    PRISÃO PREVENTIVA

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    (30 dias, renováveis pelo mesmo prazo)

    José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da OAS

    Agenor F.M. Medeiros, diretor-presidente da área internacional de petróleo e gás da OAS

    Eduardo Hermelino Leite, vice-presidente da OAS

    Sergio Cunha Mendes, vice-presidente executivo da Mendes Júnior

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    Gerrson de Mello Alamada, vice-presidente da Engevix

    Erton Medeiros Fonseca, diretor-presidente da divisão de engenharia da Galvão Engenharia

    PRISÃO TEMPORÁRIA

    (cinco dias, renováveis pelo mesmo prazo)

    Fernando Soares, lobista suspeito de atuar pelo PMDB

    FORAGIDO

    Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro das Cidades Mario Negromonte (PP)

    QUEM FOI SOLTO

    Carlos Eduardo Strauch Alberto, diretor técnico da Engevix

    Newton Prado Júnior, diretor técnino da Engevix

    Otto Garrido Sparenberg, diretor de operações da Iesa

    Valdir Lima Carreiro, diretor-presidente da Iesa

    Ildefonso Colares Filho, ex-diretor da Queiroz Galvão

    Ednaldo Alves da Silva, operava para UTC

    Wlamir Pinheiro Santana, diretor-financeiro da UTC

    Carlos Alberto da Costa e Silva, advogado que atuava para empreiteiras

    Jayme Alves de Oliveira Filho, agente da Polícia Federal suspeito de atuar para o doleito Alberto Youssef

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