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Justiça rejeita pedido de liberdade para Cristian Cravinhos

Juíza levou em conta condenação no caso Richthofen, em 2002

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 23 Maio 2018, 11h38 - Publicado em 23 Maio 2018, 11h29
Os irmãos Cravinhos e Suzane Richtofen
Os irmãos Cravinhos e Suzane Richtofen (Agliberto Lima / Estadão Conteúdo /AE/Veja SP)
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A Justiça de Sorocaba, no interior, negou na terça (22) o pedido da defesa para que Cristian Cravinhos de Paula e Silva, de 42 anos, preso há mais de um mês por posse de munição e corrupção ativa, seja posto em liberdade.

Para tomar a decisão, a juíza Margarete Pellizari, da 2ª Vara Criminal da cidade, levou em conta o passado do réu, condenado há 38 anos de prisão por atuar, junto com o irmão Daniel e a então namorada dele, Suzane, no assassinato do casal Von Richthofen, em 2002.

O que impede, no caso dos autos, são as condições pessoais do réu e as circunstâncias de suas condutas. Ora, o réu, condenado por gravíssimo crime de homicídio triplamente qualificado à pena de 38 anos de reclusão, recentemente beneficiado com o regime aberto, estava nesta cidade, a aproximadamente uma centena de quilômetro de seu domicílio, tarde da noite, em um bar onde se envolveu em confusão, o que motivou o chamado da Polícia”, afirmou a magistrada.

“No local, (a polícia) o abordou, e, diante da possibilidade de estar descumprindo regras do regime aberto, ao saber que seria conduzido ao plantão policial, ofereceu ao agentes públicos a quantia de 1000 reais, e, após ser encontrada a munição, ofereceu dividir com eles o dinheiro da venda de sua motocicleta”, afirmou a juíza, na sentença, completou.

O advogado Ivan Peterson de Camargo, defensor de Cristian Cravinhos de Paula e Silva, de 42 anos, fez o pedido de liberdade no dia 15 de maio.

Cristian
(Divulgação/Veja SP)

Para justificar a solicitação, Camargo juntou no processo uma proposta de emprego oferecida pelo empresário Sebastião Carlos Espinoza, dono de uma firma de sistemas de segurança do Mandaqui, na Zona Norte. Foi oferecido a Cristian, que afirma ser músico, um salário de 954 reais para atuar como auxiliar, de segunda a sexta, das 9h às 18h, com uma hora de almoço.

Como a Justiça negou a soltura, a oferta de trabalho nem chegou a ser apreciada pela juíza.

Cravinhos foi preso em 18 de abril, em Sorocaba, no interior, após discutir com sua ex-mulher, Shailiny de Mello e Silva, com quem tem uma filha de 7 anos, próximo a um bar. Ao fazer uma abordagem, os policiais militares, que haviam recebido uma chamada para atender a uma confusão, encontraram uma bala calibre 9 milímetros no bolso da jaqueta do homem.

Ao ser identificado, Cristian Cravinhos teria oferecido 1 000 reais para que não fosse preso. Ele foi autuado em flagrante por porte de munição e corrupção ativa. Na audiência de custódia, o juiz Mário Mendes de Moura Junior aceitou a denúncia do delegado e determinou a prisão preventiva.

Em depoimento um dia depois da prisão, a gerente de educação Shailiny de Mello, de 31 anos, disse que viveu com Cristian nos últimos onze anos, enquanto ele estava preso em Tremembé, no interior, mas que nos últimos tempos o casal passou a brigar muito e a se separar. No entanto, ambos se encontravam aos finais de semana, numa tentativa de reconciliação.

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No dia da prisão de Cristian Cravinhos, a mulher, que mora em São Caetano do Sul, tentou contato por telefone e, como não obteve sucesso, usou um aplicativo instalado no celular do homem (um Iphone 7) para localizá-lo. Chegando a Sorocaba, Shailiny viu Cristian na companhia de uma mulher chamada Dea. Nesse momento houve a confusão e a polícia foi chamada.

Também em depoimento, Dea Aparecida Padilha, 36, disse que conheceu Cristian pela internet, por meio de amigos em comum, e que ambos passaram a conversar. No dia, ele foi à cidade com uma moto Yamaha MT-07, ano 2018, avaliada em 25 000 reais. O veículo está em nome de Shailiny.

Além da menina de 7 anos, Cristian Cravinhos tem um outro filho, de 18 anos, com outra mulher.

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