Justiça manda ex-aluno da FGV que chamou colega de escravo pagar R$ 50 mil
Tribunal de Justiça de São Paulo aumentou valor da indenização, que em primeira instância havia sido de R$ 44 mil; caso ocorreu em 2018
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou que Gustavo Metropolo, ex-aluno da da Fundação Getúlio Vargas (FGV), deverá pagar 50 000 reais de indenização por danos morais ao colega a quem dirigiu ofensas racistas. Em 2018, ele chamou um colega negro de “escravo” em um grupo de WhatsApp.
Metropolo já havia sido condenado em fevereiro do ano passado a pagar 44 000 reais, mas a vítima recorreu e o TJSP aumentou o valor, por entender que o jovem ofendido teve que fazer sessões de psicoterapia após o episódio de racismo, e ainda considerou “as condições econômicas” do acusado.
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O caso foi julgado em 31 de janeiro. Em seu voto, o desembargador Vito Guglielmi, relator, afirma que “o réu imputou ao autor características do ser anormal, degenerado e diminuto: aquele que não goza do direito de desfrutar de universidade, ali frequentando curso de ensino superior, porquanto cidadão é o sujeito branco, intelectual e financeiramente privilegiado (não o pobre e incapaz de cursar instituição de ensino tradicionalmente conceituada) e titular do direito à educação (mesmo que ofertada pela rede privada)”.
“Manifesto o racismo praticado pelo demandado, que buscou subalternizar o autor, associando-o, por conta das identidades racial e social, à incapacidade intelectiva e ao desumano. É com base nos parâmetros de exclusivo sujeito de direito, de classe dominante e raça superior, que o réu discrimina e agride o autor”, acrescentou o magistrado.