Justiça condena mulher por racismo contra enfermeira
Paciente que era atendida em UBS da Zona Leste disse que "preto não merece respeito pela cor" à profissional negra; caso ocorreu em 2020
Uma mulher foi condenada a prestar serviços à comunidade por ter feito ofensas racistas contra uma enfermeira negra em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do Itaim Paulista, na Zona Leste da capital, em novembro de 2020. Ela foi condenada pelo crime de injúria racial.
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De acordo com a denúncia, a mulher esperava atendimento e pediu para passar na frente na triagem, mas a enfermeira disse que não poderia fazer isso. A paciente então ficou irritada com a demora em ser atendida e começou a fotografar a profissional de saúde, que a repreendeu pela foto sem autorização. Alterada, a mulher começou a gritar frases como “essa preta que está sentada aí sem fazer nada” e “por isso que preto não merece respeito pela cor”, além de ter chamado a vítima de “macaca”.
A Polícia Militar foi acionada por uma outra paciente, que gravou todo o ocorrido, e a mulher foi presa em flagrante. Em seu depoimento, a acusada disse que “não ofendeu a enfermeira, e que tem filhos negros, que também é negra” e negou que tenha proferido ofensas racistas.
Ela foi condenada em primeira instância, recorreu e, na última segunda-feira (22), o Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a condenação. A pena foi de um ano de prisão em regime aberto, mas foi substituída pela prestação de serviços comunitários porque a ré é primária.