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Ameaçado, João Doria decide se mudar para o Palácio dos Bandeirantes

"É uma decisão difícil, mas necessária", disse o governador ao citar intolerância e cegueira ideológica

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 29 mar 2021, 17h14 - Publicado em 29 mar 2021, 17h04
A imagem mostra João Doria, de máscara, segurando um microfone no Palácio dos Bandeirantes. Na mesa em sua frente há a frase "#VacinaJá"
João Doria: governador do estado de São Paulo  (Divulgação/Governo de São Paulo/Veja SP)
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O governador João Doria (PSDB) decidiu se mudar para o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. O anúncio foi divulgado através de um comunicado à imprensa nesta segunda-feira (29). De acordo com o governador, o “fanatismo ideológico” e as manifestações em frente sua casa o levaram a tomar a decisão.

“Diante do radicalismo, decidi me mudar para o Palácio dos Bandeirantes. Ao menos, temporariamente. Regredimos a tempos obscuros em que a integridade física daqueles que defendem a vida e a democracia está sob ameaça”, disse Doria.

Abaixo, leia a íntegra do comunicado

O negacionismo na pandemia deixou de ser um delírio das redes sociais, provocado pela paixão política, e está se tornando algo muito mais perigoso para a vida, a ciência e a democracia: uma seita intolerante e autoritária. Tenho enfrentado os seguidores dessa seita com inquéritos policiais e ações judiciais, com medidas sanitárias e vacinas, instrumentos da lei e da razão.

O fanatismo ideológico, porém, ignora a racionalidade e a legalidade. Ele tem ultrapassado os limites do embate político e do questionamento técnico com ameaças à segurança da minha família e agressivas manifestações na porta da minha residência, perturbando o bairro e vizinhos.

Diante do radicalismo, decidi me mudar para o Palácio dos Bandeirantes. Ao menos, temporariamente. Regredimos a tempos obscuros em que a integridade física daqueles que defendem a vida e a democracia está sob ameaça.

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Vivi esse mesmo sentimento quando acompanhei meu pai no exílio, um democrata cassado pela ditadura. Dessa vez, no entanto, não haverá exílio, nem ditadura. Haverá ciência, vacinas, vidas salvas e democracia. Meu desprezo por estes extremistas que ameaçam a mim, a minha família e ameaçam pessoas que defendem a vida.

É uma decisão difícil, mas necessária nesse momento de muita intolerância ao pensamento contraditório, de belicismo verborrágico e de cegueira ideológica.

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