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Itamaraty diz que não há brasileiros vítimas em Portugal

Fogo em floresta localizada em Pedrógão Grande, na região de Leiria, no centro de Portugal, matou mais de 61 pessoas

Por Associated Press e Estadão Conteúdo
Atualizado em 18 jun 2017, 21h11 - Publicado em 18 jun 2017, 21h07
Incêndio florestal atingiu Pedrógão Grande, na região de Leiria, no centro de Portugal (Reprodução/Facebook/Veja SP)
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O Itamaraty divulgou nota no domingo (18) para manifestar solidariedade às famílias das vítimas do incêndio florestal ocorrido na região de Leiria, no centro de Portugal. O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que não há registro de brasileiros entre as vítimas, mas ressaltou que o órgão e o Consulado-Geral em Lisboa estão à disposição para prestar informações e esclarecimentos aos cidadãos.

O incêndio florestal na região central de Portugal começou na noite de sábado (17), e os bombeiros ainda tentavam controlar as chamas na tarde deste domingo (18). Ao menos 61 pessoas morreram entre eles 30 que ficaram presos no interior de seus veículos. 

Na nota, o Itamaraty diz que o governo brasileiro recebeu a notícia com “pesar e consternação”. “O Brasil manifesta, neste momento de dor, sua solidariedade ao governo e ao povo do país irmão e às famílias das vítimas e faz votos de plena recuperação aos feridos”, afirma o comunicado.

Apesar de não haver registro de brasileiros entre as vítimas, o Itamaraty seguirá monitorando a situação por meio do Consulado-Geral em Lisboa. “Indica-se aos cidadãos brasileiros residentes ou em trânsito na região de Leiria, localidade afetada pelo incêndio, que sigam as instruções das autoridades locais, de modo a evitar a exposição a riscos adicionais”, diz a nota.

Segundo o Itamaraty, o núcleo de assistência a brasileiros do MRE está à disposição para informações e esclarecimentos, de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, pelos telefones +55 61 2030 8803 e +55 61 2030 8804, e pelo e-mail dac@itamaraty.gov.br. Nos demais horários, é possível contatar o telefone de plantão do Consulado-Geral em Lisboa (+351 962 520 581) ou o plantão consular da Subsecretaria-Geral das Comunidades Brasileiras e de Assuntos Consulares e Jurídicos do Itamaraty (+55 61 98197 2284).

Entenda o incêndio florestal

Severos incêndios florestais no centro de Portugal já provocaram a morte de pelo menos 57 pessoas, muitas delas presas em seus carros enquanto as chamas atingiram a estrada que corta a região, numa ocorrência que o primeiro-ministro português, Antonio Costa, considerou “a maior tragédia que temos vivido”. O número de feridos já chega a 61 pessoas, incluindo quatro bombeiros e uma criança, disse o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, à emissora estatal RTP.

Acredita-se que um raio tenha provocado o incêndio em Pedrógão Grande depois que os investigadores encontraram uma árvore atingida durante uma tempestade “seca”, disse o chefe da polícia nacional aos meios de comunicação portugueses. As tempestades secas ocorrem quando a chuva evapora antes de atingir o solo devido às altas temperaturas. Portugal, como a maioria dos países da Europa meridional, é propenso a incêndios florestais nos meses secos do verão.

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Estrada em Pedrógão Grande, na região de Leiria, no centro de Portugal, onde um incêndio florestal matou 61 pessoas (Reprodução/Facebook/Veja SP)

“Esta é uma região que tem incêndios por causa de suas florestas mas não nos lembramos de uma tragédia dessas proporções”, disse o prefeito de Pedrógão Grande, Valdemar Alves. “Estou completamente atordoado com o número de mortes”. As autoridades disseram anteriormente que o calor de 40 graus nos últimos dias poderia ter contribuído para o incêndio, registrado cerca de 150 quilômetros a nordeste de Lisboa. Aproximadamente 700 bombeiros trabalham para tentar apagar os incêndios desde sábado, disse Gomes.

Uma enorme parede de fumaça grossa e chamas vermelhas brilhavam sobre a copa das árvores em uma área perto de algumas casas. A RTP mostrou imagens aterrorizantes de várias pessoas em uma estrada tentando escapar da fumaça intensa que reduziu a visibilidade a uma questão de alguns metros. Gomes disse que pelo menos 16 pessoas morreram quando seus veículos foram envolvidos por chamas numa estrada entre as cidades de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra. Outras pessoas morreram por causa da inalação de fumaça em Figueiró dos Vinhos.

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O primeiro-ministro Antonio Costa disse que as equipes de combate a incêndios estavam tendo dificuldades em se aproximar da área porque o fogo era “muito intenso”. Ele acrescentou que as autoridades portuguesas estavam trabalhando na identificação das vítimas e que socorristas espanhóis ajudariam nos esforços para controlar as chamas.

A Autoridade Nacional de Proteção Civil de Portugal, que coordena os esforços de combate a incêndios, emitiu uma advertência sobre o aumento do risco de incêndios florestais na sexta-feira. Citando as altas temperaturas, afirmou que fogueiras ao ar livre estavam proibidas.

A União Europeia ativou seus esforços de proteção civil para ajudar Portugal a extinguir os incêndios. O Comissário da UE para Ajuda Humanitária e Gerenciamento de Crise, Christos Stylianides, expressou suas condolências pelas vítimas em uma declaração, dizendo que a “UE está totalmente pronta para ajudar”. Ele disse que, em resposta a um pedido de ajuda de Portugal, Espanha e França estão enviando aeronaves para ajudar a combater as chamas.

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, twittou que estava “comovido pela tragédia em Pedrógão Grande. Os portugueses podem contar com a nossa solidariedade, apoio e cuidado”.

Com Associated Press e Estadão Conteúdo

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