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Inundação no Japão: paulista leva filho a PS e acha marido morto na volta

Marcela Thiemi Saimi vivia com o marido, o tradutor paulistano Edualdo Ogata, e os dois filhos, em Hiroshima

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
12 jul 2018, 19h03

As inundações que vêm assolando o Japão nas últimas semanas também têm atingido os brasileiros, sobretudo os dekasseguis que saíram do Estado de São Paulo para trabalhar naquele país. Até esta quinta (12), o total de vítimas fatais já chegava a quase 200.

Entre as famílias brasileiras que têm sofrido as consequências da tragédia está a da paulista Marcela Thiemi Saimi, de 36 anos. Ela vivia em Hiroshima havia mais de dezessete anos com o marido, o tradutor paulistano Edualdo Ogata, 53, e os dois filhos, uma adolescente de 16 e um garoto de 9. Seu marido faleceu no sábado (7) de infarto, provavelmente provocado pelo stress causado pelo caos das enchentes.

Segundo informações da BBC, Marcela costumava chegar do trabalho por volta das 18h, após pegar os filhos na escola, e o marido, às 21h. Mas naquela sexta, devido às chuvas torrenciais e deslizamentos, muita gente foi dispensada mais cedo e uma bagunça se formou nas cidades. O trajeto que Marcela costumava fazer, de carro, em uma hora, levou mais de sete.

Nesse dia, para piorar as coisas, o filho mais novo estava febril e piorando cada vez mais. Devido a barreiras em ruas próximas ao apartamento em que a família morava (o rio Seno havia transbordado), ela não conseguia chegar em casa. Então, conversou com o marido por telefone e os dois decidiram que seria melhor levar as crianças à casa da irmã de Marcela, que ficava nas proximidades. A ligação, à 1h49 da madrugada de sábado (7), foi a última entre eles.

No meio do caminho, o filho piorou e a saída foi levá-lo para o hospital. “Tentei falar com meu marido por várias vezes ao telefone, para dizer que havia mudado os planos, em vão”, contou Marcela à BBC. O menino estava com apendicite e acabou passando por uma cirurgia.

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Preocupada com o silêncio do marido, Marcela pediu a amigos da filha, que eram vizinhos deles, irem ao apartamento checar como Ogata estava. Eles encontraram a porta destrancada, as luzes acesas e o corpo do paulistano caído, já morto. “Deixei meu filho no hospital e fui ao apartamento com minha menina ver o corpo. Tive de buscar forças não sei onde para tentar acalmá-la. Está difícil, não sei como estou suportando tanta dor”, disse ela.

O corpo foi velado e cremado na terça-feira (10). As cinzas devem ser levadas para São Paulo.

Estima-se que os prejuízos com a chuva, só no setor agropesqueiro, ultrapassem 380 milhões de reais, com mais de 15 000 casas destruídas e pelo menos 5 500 famílias vivendo em abrigos em todo o país.

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