O ex-ministro da Fazenda Guida Mantega foi levado coercitiva por agentes da Polícia Federal para prestar depoimento na manhã desta segunda (9), em São Paulo. A medida faz parte da Operação Zelotes, que investiga esquemas de sonegação fiscal. Uma das suspeitas investigadas é que a quadrilha atuava no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, órgão ligado ao Ministério da Fazenda, revertendo e anulando multas aplicadas aa grandes empresas.
O alvo da operação desta segundo é a Cimento Penha, firma do empresário Victor Garcia Sandri, amigo do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega. A empresa teria comprado o então conselheiro do Carf Valmar Fonseca de Menezes para anular seu débito. O MPF sustenta que o ex-ministro Guido Mantega nomeou, em junho de 2011, Valmar e também o então conselheiro José Ricardo da Silva – já condenado na Zelotes – para a câmara que analisou o caso do seu amigo. Com isso, a Cimento Penha conseguiu abater débito de R$ 106 milhões em julgamento no Carf.
Mantega já teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados. Também foram ordenadas as mesmas medidas em relação à Coroado Administração de Bens, empresa do ex-ministro petista. A Coluna do Estadão apurou que o MPF solicitou o cumprimento de ao menos 15 mandados de busca e apreensão e 15 conduções coercitivas. Em e-mails interceptados pela Zelotes, o empresário Victor Sandri menciona o nome de Mantega em conversas com o então conselheiro Valmar. As investigações teriam encontrado pagamento de R$ 15 milhões para empresa de auditoria e consultoria vinculada a Valmar.