Gestão Nunes conclui 9% das metas previstas para até 2024
Em um ano e meio de governo, apenas 7 das 77 propostas foram concluídas; programa deve ser executado até final de gestão
Relatório divulgado pela Prefeitura de São Paulo indica que apenas 7 das 77 metas previstas, ou 9% do total, foram concluídas nos 18 meses de gestão de Bruno Covas (PSDB)/Ricardo Nunes (MDB) à frente da administração municipal.
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Os dados constam de um relatório dos seis primeiros meses deste ano divulgado no dia 7 deste mês pela própria Prefeitura de São Paulo. A administração municipal contesta e diz que já são dez metas concluídas até esta quinta-feira (13), já que outras três foram concluídas após a compilação do relatório. Apesar disso, nenhum outro documento foi publicado a respeito.
Duas das sete metas foram concluídas em 2021, e outras cinco nos primeiros seis meses deste ano. Nunes assumiu a prefeitura em 16 de maio de 2021, após a morte de Covas aos 41 anos devido a um câncer no aparelho digestivo. As metas têm prazo de conclusão até o final de 2024.
Segundo o balanço, 21 metas, ou 27% do total, ainda nem saíram do papel. Entre elas estão a criação de seis centros de saúde bucal, quatro novos terminais de ônibus e redução em 15% do total de carga orgânica lançada no reservatório do Guarapiranga, na Zona Sul.
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As metas atingidas em 2021 foram as seguintes:
- criação de 56 equipes de estratégia de saúde da família, 40% acima das quarenta previstas;
- nove centros de referência do Novo Modernismo.
Já em 2022, as cinco atingidas foram as listadas abaixo:
- 300 mil pontos de lâmpadas dee LED na iluminação pública;
- 600 mil atendimentos a trabalhadores em busca de vagas de emprego;
- cursos de inclusão digital a 300 mil pessoas;
- implantação de hospital veterinário;
- atingir 7,37 pontos no índice de integridade da administração direta.
Em nota, a gestão Nunes informou que mais três metas foram concluídas após a elaboração do relatório. São elas:
- atender 1 700 000 pessoas em programas de transferência de renda e/ou apoio nutricional;
- ampliar em 50% o número de atendimentos realizados nos equipamentos exclusivos para mulheres;
- assegurar que o tempo médio de atendimento do serviço de tapa buraco permaneça inferior a dez dias.
Com isso, na interpretação da Prefeitura de São Paulo, ela na verdade antecipou dez das 77 metas previstas. “Importante ressaltar que há um planejamento interno a cada órgão responsável pelas entregas do Programa de Metas e articulado pela Secretaria Executiva de Entregas e Planejamento Prioritário, sobre a implementação de cada uma das metas. A publicação desse planejamento interno é contraproducente e inviável, dada a dinamicidade dos processos de planejamento e de execução das iniciativas vinculadas ao Programa”, afirma.
Ainda segundo a prefeitura, não é correto afirmar que 21 metas nem saíram do papel. Para a gestão Nunes, a informação de que entregará um centro de saúde bucal ainda em 2022, ainda sem data exata, já é um avanço em relação a meta de criar as unidades que propõem entregar até o final de 2024. Em relação aos terminais, a prefeitura diz que já está com os projetos finalizados, e que as obras devem começar “ainda neste exercício”. Em relação a redução de 15% da carga orgânica lançada no reservatório de Guarapiranga, a prefeitura afirma que um grupo de trabalho já foi criado para discutir o assunto.
Caixa cheio
Conforme revelou reportagem publicada em julho deste ano pela Vejinha, o volume de recursos que Nunes dispõe em caixa é recorde. À época, dos 31 bilhões de reais em caixa, cerca de 11 bilhões estavam totalmente livres para quaisquer despesas. Na ocasião, o secretário municipal de Fazenda, Guilherme Bueno de Camargo, afirmou que a prefeitura tinha planos para toda essa fortuna acumulada e que todas as metas seriam atingidas até o final da gestão, em 2024.
O que é o programa
Criado por força de lei, o Programa de Metas obriga o prefeito eleito ou reeleito a detalhar, em até 90 dias, o que fará durante a sua gestão, após consulta à população. No documento, são citadas as prioridades, ações para atingir as metas e também os indicadores para medir o que está sendo feito.
No caso da atual gestão, o acompanhamento é feito pela Secretaria Executiva de Planejamento e Entregas Prioritárias. Ele é dividido em seis eixos: SP Justa e Inclusiva; SP Segura e Bem Cuidada; SP Ágil; SP Inovadora e Criativa; SP Global e Sustentável e SP Eficiente.