Funcionária que barrou alunos de escola rural no JK Iguatemi é demitida
Caso ocorreu na segunda (18) no shopping de luxo
Parte de um grupo de 120 alunos de quatro escolas municipais de Guaratinguetá, interior de São Paulo, teve o acesso barrado ao shopping JK Iguatemi, na capital, quando chegou para visitar a exposição Mickey 90 Anos, na última segunda-feira, 18. A funcionária da ONG que promove a exposição disse que o shopping “é de elite” e impediu que os estudantes do interior tivessem acesso à praça de alimentação.
No grupo, com crianças de 6 a 10 anos, a diretora e alguns alunos são negros. A educadora denunciou o que entendeu ter sido “segregação racial”. Após a divulgação do caso, a funcionária foi afasta pela ONG Orientavida.
Era horário de almoço e as crianças, alunas da Escola Municipal Professora Francisca Almeida Caloi, pretendiam comer na praça de alimentação antes de ir à mostra, no terceiro piso do shopping. A escola atende crianças do bairro Pedrinhas, na zona rural do município, e os alunos tinham ganhado a visita à exposição como prêmio pelo bom desempenho escolar.
De acordo com a diretora Jozeli Gonçalves, uma mulher que se identificou apenas como Beatriz impediu a entrada no centro de compras alegando que a excursão tinha chegado antes do horário e não havia razão para ela passear com as crianças dentro de um shopping “de elite”.
Jozeli informou que a visita havia sido agendada e insistiu na entrada, mas a mulher resistia. “Eu tinha sob minha tutela 34 crianças, mas havia outras escolas, totalizando cerca de 120 crianças. Ela disse que não tinha como atender aquela demanda e sugeriu que fôssemos a uma lanchonete da esquina, ou ao Parque do Povo, um espaço público, pois nossa presença fora do horário agendado geraria problema a ela com os seguranças do shopping.” O impasse durou cerca de vinte minutos. Foi necessária a intervenção da Secretaria de Educação de Guaratinguetá para que o acesso fosse liberado.