Antes da Lei Áurea, promulgada em 1888, de cada dez casas paulistas oito não tinham escravos. Metade dos negros de 40 anos eram casados na Igreja Católica. E muitos negros alforriados compravam outros ainda escravizados. Constatações como essas estão no livro Escravismo em São Paulo e Minas Gerais, recém-lançado pelos pesquisadores Francisco Vidal Luna e Iraci del Nero da Costa, da USP, e Herbert Klein, da universidade americana Stanford. Nas 624 páginas há artigos, ilustrações e fotos como esta, de Marc Ferrez, feita entre 1881 e 1886. “Ela mostra a participação da mão de obra escrava quando o café era o produto de maior expressão nas exportações de São Paulo”, diz Costa.