Escola paralímpica projeta recorde de alunos e estreia em torneio inédito
A Escola Paralímpica de Esportes espera ultrapassar a marca de 600 alunos até julho — atualmente, são pouco mais de 430
A Escola Paralímpica de Esportes, um projeto gratuito para jovens de 7 a 17 anos se iniciarem em modalidades do tipo, mantido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), alcançará um número recorde de alunos neste ano — e se prepara para participar de um campeonato inédito na cidade.
Em atividade desde 2018 na sede do CPB — um espaço de 95 000 metros quadrados no começo da Rodovia dos Imigrantes, na Zona Sul, com piscina olímpica, quadras, pista de atletismo e academia —, a escolinha projeta ultrapassar a marca de 600 alunos até julho. Atualmente, tem pouco mais de 430, mas a capacidade é para até 1 000 jovens. As inscrições, via site da instituição, estão abertas para pessoas com deficiência física, visual, intelectual e síndrome de Down.
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Em maio, o centro poliesportivo vai receber a primeira edição regional do campeonato Conexão Paralímpica, disputado entre atletas militares, universitários e iniciantes das regiões Sul e Sudeste do país. “Ajuda a criar o espírito de competição, que é o objetivo do CPB. Para conquistar uma medalha nas Paralimpíadas, eles precisam competir jovens”, diz Ramon Pereira, diretor de Desenvolvimento Esportivo da organização.
“Desde a inauguração, tivemos uma ascensão grande no desempenho motor dos alunos. Estamos colhendo recordes brasileiros e vagas nas seleções — já entregamos 85 alunos para categorias de base. Devemos ter representantes no Parapan de Jovens, que acontecerá em junho, na Colômbia”, conta o diretor.
Com um orçamento de 4 milhões em 2023, bancado pelo CPB, a escola cumpre um papel que vai além das medalhas. “É essencial para uma criança com limitação fazer atividade física. Ajuda em todos os aspectos, inclusive sociais. A confiança aumenta”, explica Ramon.
Com uniforme, material esportivo, lanche e linhas de transporte bancados pelo CPB, as crianças são atendidas em dois dias da semana e podem participar de modalidades como futebol de cegos, atletismo, tênis de mesa, natação, vôlei, esgrima em cadeira de rodas e outras.
“Tem muitos esportes, é muito legal. Os professores ajudam e incentivam a gente a continuar”, conta Sabrina, 15, que treina esgrima na escolinha há pouco mais de um ano. “O esporte fez muito bem para a Sabrina. Hoje, ela é outra pessoa”, completa a mãe, Daniela.
Publicado em VEJA São Paulo de 12 de abril de 2023, edição nº 2836