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Empresário Ikesaki investe 200 000 reais e revitaliza Praça da Liberdade

Pressionado pelo japonês, prefeito Bruno Covas também sanciona projeto de lei e local passa agora a se chamar Praça da Liberdade – Japão

Por Adriana Farias
19 jul 2018, 12h50

O empresário japonês Hirofumi Ikesaki, de 90 anos, investiu 200 000 reais do próprio bolso para a revitalização da Praça da Liberdade, no centro de São Paulo. A reforma será entregue durante o 21º Festival do Japão que comemora os 110 anos da imigração japonesa no Brasil e ocorrerá na sexta (20), sábado (21) e domingo (22), na São Paulo Expo. O evento terá a presença da princesa Mako.

Foram restaurados pisos, calçadas e monumentos e realizada limpeza com hidrojateamento dos pavimentos e muretas, que passaram por pintura, lixamento e envernização. Também foram realizados jardinagem e paisagismo nos canteiros, pintura e manutenção dos postes e troca das suzuran, as tradicionais luminárias que são característica do bairro.

Homens fazem limpeza em pavimento da praça (Arquivo Pessoal/Veja SP)

Para isso, foi assinado um termo de cooperação entre a Prefeitura Regional da Sé e a Associação Cultural Assistencial da Liberdade (ACAL), da qual Ikesaki é presidente. Como se trata de área tombada, a intervenção foi analisada e aprovada pelo Departamento do Patrimônio Histórico (DPH).

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“Fiz umas três reuniões com a prefeitura e levei os fatos para eles, a região estava toda suja e as calçadas esburacadas, era necessária uma revitalização pois não dava para ficar do jeito que estava ainda mais com a chegada da comemoração dos 110 anos”, explica Ikesaki. “Enfrentei muita burocracia, meses para aprovar uma pintura, mas vi que se eu não fizesse algo eles também não iam fazer e esse bairro é da comunidade japonesa”.

Dono da rede de cosméticos da cidade que leva seu sobrenome, dos secadores Taiff e da maior feira de produtos de beleza do país, a Beauty Fair, o empresário japonês conseguiu ainda mais outros dois feitos em prol da comunidade oriental na região. Pressionou o prefeito Bruno Covas para sancionar nesta quinta-feira (19), às vésperas do festival, o projeto de lei dos vereadores Ota (PSB), George Hato (MDB), Milton Leite (Democratas) e Rodrigo Goulart (PSD) que muda o nome da região para Praça da Liberdade – Japão.

Além disso, conseguiu também autorização do Departamento do Patrimônio Histórico para a implantação de uma escultura que leva o nome “Monumento em homenagem aos 110 anos da Imigração Japonesa”, de autoria de Renato Akihiko Sudo.

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Proposta de como vai ficar a instalação no novo monumento em comemoração aos 110 anos da imigração japonesa no Brasil (Arquivo Pessoal/Veja SP)

TRAJETÓRIA DO JAPÃO A SÃO PAULO

Ainda criança, Hirofumi Ikesaki deixou o Japão com a família em 1932. Após passar doze anos trabalhando na lavoura em Bastos, no interior paulista, ele mudou-se para a capital, onde arranjou emprego em uma tinturaria. Acabou virando dono do negócio nos anos 50. No fim daquela década, a proliferação dos tecidos sintéticos, que exigiam menos serviços de lavanderia, desencadeou uma crise no setor. Para não falir, o empresário passou a fornecer artigos a salões de beleza e, em 1964, criou sua marca que hoje conta com 5 000 funcionários.

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Considerada a primeira do ramo na capital, a loja na Rua Galvão Bueno, na Liberdade, está no mesmo local até hoje. Embora tenha delegado aos cinco filhos a administração da rede, Ikesaki, hoje com 90 anos, continua participando do negócio. Em 2012, recebeu na Câmara a Medalha Anchieta pelos serviços prestados de divulgação da cultura japonesa à sociedade brasileira.

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