Hóspede diz ter sido chamado de “pobre” em hotel de luxo
Ar-condicionado quebrado e banheiro entupido iniciaram os problemas
O bragantino William Gebrael Junior, de 43 anos, planejou com meses de antecedência o destino da semana de férias que tiraria ao lado da mulher, Juliana, e da filha, Julia. Escolheu o DPNY Beach Hotel & Spa, um dos hotéis mais chiques do litoral paulista, para se hospedar entre os dias 17 e 22 de dezembro. Reservou por telefone uma suíte com jacuzzi e vista para o mar, pela qual desembolsaria 5.190 reais – com café da manhã e jantar inclusos. Como o hotel de Ilhabela não aceita criança abaixo de 10 anos, e a filha de Gebrael Junior completaria 10 anos justamente dois meses antes da estadia, ele pediu autorização prévia para ir com a pequena. “Chegando lá, não queriam deixá-la ficar. Expliquei sobre a autorização que me foi dada e, depois de idas e vindas, me entregaram as chaves do quarto.”
Segundo o hóspede, o quarto era inferior ao reservado, sem vista nem jacuzzi. Não não era só isso. O ar-condicionado do mesmo não funcionava, assim como a descarga do banheiro. O hóspede fez a reclamação. Um técnico limpou o ar-condicionado, sem sucesso. A gerência prometeu uma nova acomodação no dia seguinte. “Como a cidade tem muitos borrachudos, dormimos aquela noite com a janela fechada. A sensação térmica era de uma fornalha”, lembra Gebrael Junior. O hotel confirma os problemas técnicos e diz que os mesmos já foram corrigidos.
No dia seguinte, segundo o hóspede, foi oferecido um quarto inferior. “Eu me recusei ficar em uma suíte que, para chegar na mesma, era preciso passar por dentro de um restaurante.” Em meio às discussões com a direção do hotel, Gebrael Junior afirma ter sido chamado de “pobre” por um funcionário. “O cara me falou assim: ‘pobre é uma desgraça, quando tem uma situação um pouco melhor acha que tem razão de tudo e pode fazer barraco’.”
O hotel nega que sua equipe tenha desferido tal palavra, e culpa o cliente de realizar insultos. “Ele diz que foi maltratado por nossa equipe na recepção, alegando ter sido ofendido. A versão não é verdadeira. Ele compareceu à recepção do hotel exaltado e manifestando agressivamente o desejo de realizar imediatamente o check-out antecipado. Segundo a equipe que se encontrava na recepção, o hóspede desferiu duras injúrias e insultos aos referidos colaboradores, acarretando inclusive a lavratura de um boletim de ocorrência por um colaborador de origem japonesa que se sentiu vítima de injúrias raciais”, escreveu por e-mail Diego Michelato, diretor do DPNY Beach Hotel & Spa.
Gebrael Junior deixou o hotel após tais sucessões de equívocos. Ele se queixa porque lhe foram debitadas 3 diárias, sendo que não dormiu três noites por lá. O hóspede infeliz vai entrar com uma ação de danos materiais e morais, estuda pedir indenização de 40 000 reais. O DPNY informa não trabalhar com a prática de overbooking e que, em todo momento, esteve a disposição do hóspede para solucionar os problemas. No passado, o DNPY colecionava boletins de ocorrência de hóspedes que acusavam a administração de maltratá-los.