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Diretor muda realidade de escola na favela de Heliópolis

Braz Rodrigues Nogueira fez com que um colégio cercado de violência se tornasse a semente de um polo de lazer e cultura aberto à população

Por Júlia Gouveia
Atualizado em 5 dez 2016, 16h08 - Publicado em 12 abr 2013, 23h49
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  • Quando Braz Rodrigues Nogueira assumiu a direção da Escola Municipal Presidente Campos Salles, na favela de Heliópolis, em 1995, o local estava mergulhado em violência. A praça em frente era palco de crimes como tráfico de drogas e estupro (certa vez, até encontraram por lá um cadáver). “Nas classes, havia cinco ou seis agressões físicas entre alunos todos os dias, e sobrava cadeirada até para mim”, lembra.

    O ambiente se tornou ainda mais assustador em1999, com o assassinato de uma estudante logo após sair da aula. Foi o momento do basta. Nogueira passou, então, a organizar caminhadas anuais pela paz nas ruas da região e investiu em um programa de aproximação do colégio com a vizinhança. Se antes os estudantes, funcionários e professores viviam às voltas com problemas de segurança, hoje o Campos Salles nem sequer tem muros. “Percebi que os problemas da escola são os do bairro, e vice-versa”, conta Nogueira.

    A transformação começou com a criação de comissões de pais para debater melhorias. Em paralelo, o diretor incentivou professores a ir aonde moram os matriculados. “Aos poucos, a aproximação mostrou bons resultados”, afirma. Em 2002, ao ser surpreendido com o roubo de 21 computadores, saiu pela vizinhança dizendo quanto as máquinas fariam falta. Três dias depois, elas reapareceram.

    Em 2010, ocorreu a inauguração do Centro de Convivência Educativa e Cultural de Heliópolis, que surgiu a partir de uma ideia de Nogueira de integrar a praça antes problemática a um polo de ensino infantil. Hoje,o complexo agrega outros cinco colégios e equipamentos abertos à população, como teatro, cinema e quadra. Na estratégia pedagógica do Campos Salles, uma recente iniciativa vanguardista aboliu paredes e as aulas expositivas deram lugar a grupos de aprendizado tutorados pelos docentes.

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    Conseguir um bom resultado com a inovação é a nova meta do filho de lavradores pobres. Nascido na zona rural da região de Araçatuba, no interior do estado, Nogueira andava diariamente 12 quilômetros para estudar e se formou em filosofia e pedagogia. “Minha motivação era dar orgulho aos meus pais”, relembra ele, com a certeza do objetivo alcançado.

    Nome: Braz Rodrigues Nogueira

    Profissão: educador

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    Realidade que transformou: fez com que um colégio cercado de violência em Heliópolis se tornasse a semente de um polo de lazer e cultura aberto à população

     

     

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