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Aumento na conta de luz: dicas para reduzir o consumo de energia elétrica

De medidor inteligente a “streaming” de energia solar, paulistanos buscam meios para fugir do novo reajuste da bandeira vermelha e economizar eletricidade

Por Humberto Abdo
Atualizado em 27 Maio 2024, 19h55 - Publicado em 16 jul 2021, 06h00
Ilustração com fundo todo amarelo tem duas lâmpadas acesas iluminando de cima para baixo
Conta de luz: paulistanos buscam meios para reduzir custos (Atareykin/Getty Images)
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Com o reajuste de 52% na bandeira vermelha da conta de luz, paulistanos voltaram a atenção a todas as alternativas possíveis para economizar. Uma delas é o “streaming” de energia solar, serviço de empresas como a Sun Mobi. “A procura cresceu 40% no último mês pela preocupação com o tarifaço”, diz o sócio Alexandre Bueno. Com duas usinas solares no estado, a startup injeta na rede toda a energia que produz e depois divide entre seus clientes os créditos recebidos da distribuidora. Com uma assinatura mensal, os usuários ganham os créditos para serem descontados na conta e recebem um sensor que indica possíveis desperdícios.

“Em vez de usar só a energia de Belo Monte, por exemplo, a sociedade usa a nossa, o que é bom para o sistema elétrico”, explica. O valor da mensalidade é definido de acordo com o consumo mensal. “Mas o problema é simples: sem chuvas, as usinas hoje estão secas e faltam elétrons (energia). Quanto mais consumirmos, mais vai faltar.”

“Tudo o que deixamos ligado, como os aparelhos em stand-by, representa uma potência pequena, mas pode ter grande impacto no valor total”, explica Luiz Carlos Pereira da Silva, professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação da Unicamp. “Para quem não quer fazer nenhum investimento, já é um bom começo mudar os hábitos e tirar da tomada o que não está sendo usado.”

Ao contar quantos roteadores, decodificadores e outros equipamentos desse tipo mantinha ligados, Silvia Machado descobriu dezoito aparelhos funcionando 24 horas por dia. “Eu fui minha própria cobaia e consegui economizar 30% de energia elétrica depois desses ajustes”, comemora a mentora financeira. Com adaptações na maneira de usar eletrodomésticos, já é possível controlar bem os gastos, segundo ela.

“Nossos maiores vilões são os aparelhos geradores de calor, como o chuveiro elétrico. Soube de pessoas que estavam ligando o aquecedor às 3 da tarde… De jeito nenhum! Usem uma manta”, defende. “No Brasil, a gente também tem a mania de deixar a geladeira na temperatura mais alta com o argumento de que temos o verão, mas o de São Paulo não é forte a esse ponto.”

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No fim do ano, Raphael Paiva resolveu migrar para o sistema completo de energia solar. “Agora o relógio tem duas marcações indicando tudo o que consumimos e quanto da energia gerada pelos painéis foi injetada na rede”, explica. Considerando a eletricidade produzida em casa, o valor passa a ser descontado todo mês. “Pagamos sempre uma taxa mínima à Enel, mas antes nossa conta variava de 450 a 500 reais mensais.

Hoje, mesmo com a taxa, custa no máximo 70 reais.” Paiva mora com mais quatro pessoas em São Paulo e investiu 23 500 reais (parcelados) para receber o novo sistema. “Agora estamos tranquilos até demais, me sinto à vontade para ligar o aquecedor à noite e tenho ar-condicionado, algo que eu jamais sonharia em usar antes.”

Mas com a crise hídrica enfrentada pelo país neste ano os especialistas afirmam que todos devem economizar. “O ideal é substituir equipamentos antigos, tentar aproveitar a crise para buscar essa mudança de comportamento e, se o investimento for possível, gerar sua própria energia”, ressalta o professor Luiz Carlos. “Não adianta gerar energia renovável e depois desperdiçar dentro de casa.”

Fora da tomada

Especialistas dão dicas básicas para reduzir o consumo de energia em casa e evitar o susto com o aumento na conta do mês:

Use lâmpadas LED

“Assim como as fluorescentes substituíram as incandescentes anos atrás, agora é hora de optar pelas LEDs, ainda mais eficientes”, sugere o professor Luiz Carlos.

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Evite banhos longos

Os banhos quentes custam caro no inverno e são o maior vilão das contas de luz. O ideal é reduzir o tempo de uso do chuveiro e optar pelo modo “verão” em dias quentes.

Use o ar-condicionado com sabedoria

O aparelho tem consumo similar ao do chuveiro elétrico e costuma ficar ligado por mais tempo. “Se estiver no quarto, feche a porta e as janelas para que ele refresque um único cômodo”, recomenda a consultora financeira Silvia Machado.

Aproveite os horários de luz natural

Em ambientes naturalmente bem iluminados, evite acender as luzes. Durante o dia, dê preferência pelos cômodos com janelas amplas e paredes claras.

Passe as roupas de uma só vez

“As secadoras e ferros de passar são um problema quando ligados duas ou três vezes por semana. Assim como o dia de trocar o lençol da cama, faça uma agenda e ligue-os só no dia certo”, diz Silvia.

Substitua aparelhos elétricos antigos

“Todo mundo tem aquela torradeira herdada da avó”, brinca Silvia. “Esses modelos antigos também são menos eficientes no quesito consumo de energia.”

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Faça a manutenção da geladeira

Por precisar ficar ligada 24 horas por dia, a geladeira é um dos equipamentos que mais consomem energia. Entre modelos antigos, o consumo pode ser ainda maior. “Confira a borracha de vedação para saber se ela está realmente mantendo o frio e evite deixá-la na temperatura máxima”, sugere Silvia.

Evite equipamentos em stand-by

Alguns aparelhos ligados 24 horas costumam gastar pouca energia, mas o consumo acumulado pode ser significativo.

Controle o uso da máquina de lavar

Deixe acumular mais roupas sujas para fazer uma lavagem apenas e otimizar seu uso. Caso o modelo tenha essa opção, utilize o modo econômico.

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Publicado em VEJA São Paulo de 21 de julho de 2021, edição nº 2747

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