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Daniel Gaggini dá oficinas de teatro e cinema a moradores da periferia

Produtor já fez trabalhos em Heliópolis, Paraisópolis, Campo Limpo, Grajáu, entre outras regiões

Por Adriana Farias
Atualizado em 5 dez 2016, 12h29 - Publicado em 16 Maio 2015, 00h00
daniel gaggini cinema teatro periferia heliópolis
daniel gaggini cinema teatro periferia heliópolis (Mario Rodrigues/)
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Como despertar o interesse por filmes e peças em locais onde pouquíssimos moradores já tiveram a oportunidade de entrar em uma sala de cinema ou de teatro?

O produtor Daniel Gaggini, de 40 anos, começou a encontrar a resposta a essa pergunta ao conhecer a ONG Cine Favela, que promove há doze anos atividades culturais na periferia. Entre 2009 e 2014, ele se engajou na entidade e ajudou a fomentar alguns dos projetos existentes, a exemplo da mostra de cinema anual.

A empreitada, que durava apenas um dia, com a exibição de um único curta-metragem na favela de Heliópolis, transformou-se em um festival de quase um mês, com a apresentação de dezenas de películas e a produção de quatro curtas.

Outro campo de trabalho de Daniel envolveu a promoção de oficinas sobre roteiro, produção, direção e fotografia. Com a ajuda de patrocinadores como Petrobras e Votorantim, ele expandiu o negócio para outras regiões, como Paraisópolis, Campo Limpo e Grajaú. “Muitos nunca sequer haviam entrado numa sala de cinema. Imagine quando assistem aos seus filmes com a família e os amigos: a transformação de vida é enorme”, diz ele.

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Em fevereiro de 2014, Daniel deixou a ONG e passou a tocar por conta própria essas atividades nas horas vagas do trabalho em sua produtora de séries no bairro de Moema. Em quatro anos de ações voluntárias na periferia, calcula ter promovido trinta oficinas culturais para 1 500 aprendizes.

Outro feito do qual se orgulha ocorreu em 2013, com a encenação da peça Vira-Latas de Aluguel, escrita e protagonizada em grande parte por moradores de Heliópolis. Na ocasião, cada uma das trinta pessoas envolvidas na apresentação ganhou uma bolsa de 500 reais pela participação.

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As cenas da história sobre um malfadado roubo de carga se passavam nas ruas da favela, entre botecos e garagens de casas. Para garantir público, uma van buscou cerca de 1 400 pessoas em estações de metrô durante os catorze meses em que o espetáculo ficou em cartaz. “Não faço assistencialismo, mostro uma oportunidade”, acredita Daniel.

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Em agosto, ele volta para Heliópolis para fazer outra mostra de teatro, com saraus e debates acerca de trabalhos audiovisuais feitos por periferias do Brasil todo. Também vai para o Capão Redondo e Cidade Tiradentes para produção de dois filmes e exibição daqueles feitos por entidades que usem o cinema como ferramenta de inclusão social. Em novembro, a parada será no interior, em Itapeva, para levar o fazer periférico audiovisual para as zonas rurais. Em todas essas ações as oficinas estarão atreladas.

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