Covid-19 leva a número recorde de mortes no ano de 2021 em São Paulo
Número foi 41% superior em relação a 2019; evolução foi maior na faixa etária de 40 a 49 anos, com avanço de 78%
Um amplo estudo divulgado nesta quinta-feira (21) pela Fundação Seade indica um aumento expressivo no número total de mortes registradas no estado de São Paulo durante o ano de 2021 devido a pandemia de Covid-19. Pelos cálculos da instituição, 427 575 paulistas morreram em 2021, número que é 41% superior ao total registrado no ano de 2019, antes da pandemia, que teve 303 150 óbitos.
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O total de 2021 é o maior desde o ano de 2000, segundo os dados, que foram feitos com base nas informações dos Cartórios de Registro Civil de todos os municípios paulistas. O estudo não faz diferenciação dos motivos das mortes, ou seja, no computo é levado em conta tanto mortes violentas, de várias doenças, naturais e também as ocasionadas pela Covid-19.
Segundo o levantamento, os idosos de 60 a 69 anos apresentaram o maior aumento absoluto de mortes, com 30 300 mortes a mais entre 2019 e 2021, num avanço de 53,7%. Entretanto, quanto analisada a evolução proporcional, o maior avanço foi na faixa etária de 40 anos a 49 anos, que registrou aumento de 78% no comparativo com 2019.
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Para entender como o aumento foi fora da curva, a média anual de crescimento das mortes até o ano de 2019 foi de 1,3%, o que significa, em média, 3 443 casos a mais em cada ano. De 2019 a 2020, o avanço foi de 14,7%, e, de 2020 a 2021, de 23%.
“Vale destacar que a tendência de elevação do número de óbitos nos últimos 20 anos anteriores à pandemia foi determinada não pela ampliação nos riscos de morte, mas sim, principalmente, pelo crescimento populacional e o processo de envelhecimento demográfico”, explicam os autores do estudo.
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O estudo projetou quantas mortes seriam esperadas nos dois anos da pandemia, de modo a entender qual foi o impacto da mortalidade devido à Covid-19. Segundo os cálculos, em 2020, seriam esperadas 307 370 mortes no estado, número que saltaria para 311 615 em 2021. A comparação com os óbitos registrados indica 40 365 mortes a mais para 2020 e de 115 960 a mais para 2021, números que são, respectivamente, de 13,1% e 37,2% ao esperado. Essa diferença é chamada “excesso de óbitos”, já que é resultado dos efeitos de uma nova situação sanitária.
“A análise das séries estatísticas anuais de óbitos produzidas pelo Seade torna evidente a dimensão excepcional do impacto causado pela pandemia”, escrevem os autores.